22 julho 2006
Bloqueio na India afeta Google e Yahoo
Nâmaskar
Esta matéria abaixo saiu no jornal Valor Econômico de S. Paulo, um jornal dedicado a econômia e que possui uma coluna sobre tecnologia.
Foi o Adir Tavares que me enviou a repostagem publicada no dia 20 aí no Brasil.
Segue abaixo a reportagem:
Bloqueio na Índia afeta Google e Yahoo
Amy Yee Financial Times, de Nova Déli
O governo da Índia bloqueou 17 sites e blogs, alguns dos quais com posturas políticas críticas às autoridades do país, o que pode ter levado a falhas técnicas em outros milhares de páginas hospedadas em serviços como o Blogger, do Google, e o Geocities, do Yahoo.
O Departamento de Telecomunicações da Índia não deu explicações sobre a decisão, que foi tomada dois dias depois de atentados terroristas terem provocado mais de 200 mortes em Mumbai, na terça-feira da semana passada.
Os responsáveis pela investigação dos ataques ainda não culparam nenhum grupo.Na lista negra dos sites estão páginas que promovem o hinduísmo, os direitos das castas mais baixas e críticas ao governo. Outros blogs — como são chamados os diários pessoais na internet —, aparentemente inofensivos também foram afetados.
O bloqueio dos sites vale por tempo indeterminado.A Índia é a maior democracia do mundo e a liberdade de expressão é protegida pela constituição do país. Os grandes provedores de serviços de internet do país, como VSNL, Bharti, Reliance e Sifiy, no entanto, precisam cumprir as ordens, em função de certas leis que permitem ao governo proibir sites.“Faz parte das obrigações de nossa licença”, afirmou Deepak Maheshwari, secretário da Associação de Provedores de Serviços de Internet da Índia (Ispai, na sigla em inglês).
“O governo tem direito a nos ordenar o bloqueio de algo.”Como o bloqueio de blogs individuais é uma tarefa cada vez mais complexa, domínios inteiros, como o Blog-spot.com e o Geocities.com, ficaram inacessíveis na Índia em alguns provedores, particularmente os menores. “Em alguns casos, ocorreu isso”, afirmou Maheshwari. “Estamos assessorando (os provedores de internet) hoje.”Os usuários e defensores da internet dizem que os bloqueios podem ser facilmente driblados, usando-se outros sites para colocar os blogs, assinando serviços que agregam vários blogs ou usando ferramentas de tradução para acessar o site.
“É uma medida completamente sem sentido”, observou Arun Mehta, professor de Engenharia de Computação na faculdade de tecnologia JMIT, em Radaur.Mehta, que é moderador de uma lista de discussões na internet, afirmou que os bloqueios foram uma “reação precipitada”, que deveria ter sido levada a um tribunal superior.O Google Índia ainda está avaliando a situação. “Estamos confusos e desapontados com os relatos que temos visto de que usuários na Índia não conseguem acessar o Blogspot”, informou a empresa.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu à agência governamental indiana responsável pela decisão para rever o bloqueio aos sites. “Acreditamos que é um problema técnico e que eles não querem censurar todos os blogs”, afirmou o porta-voz da organização, Julien Pain. A censura “não é a forma apropriada de combater o terrorismo”, acrescentou o representante da organização. “Obstrui a liberdade de expressão e não se consegue atingir os resultados esperados.”Nos últimos anos, o governo indiano tem bloqueado periodicamente sites da internet. Este último incidente ocorre alguns meses depois de uma obstrução generalizada promovida pelo governo chinês sobre a atuação de mecanismos de busca dos Estados Unidos no país e outras páginas da web.
Neste ano, o Google foi criticado por defensores de direitos dos meios de comunicação por aceitar a censura de seu serviço na China, para cumprir as exigências do governo local. A Microsoft veta a discussão de assuntos delicados — e até mesmo o uso de palavras como “liberdade” e “democracia” — em partes de seu site MSN na China.
O Yahoo, particularmente, atraiu críticas pesadas ao ajudar as autoridades chinesas a rastrear o jornalista Shi Tao, condenado a dez anos de prisão em abril passado por revelar informações sobre limitações à imprensa promovidas pelo Partido Comunista naquele país.
Incredible India
OM Shanti
Esta matéria abaixo saiu no jornal Valor Econômico de S. Paulo, um jornal dedicado a econômia e que possui uma coluna sobre tecnologia.
Foi o Adir Tavares que me enviou a repostagem publicada no dia 20 aí no Brasil.
Segue abaixo a reportagem:
Bloqueio na Índia afeta Google e Yahoo
Amy Yee Financial Times, de Nova Déli
O governo da Índia bloqueou 17 sites e blogs, alguns dos quais com posturas políticas críticas às autoridades do país, o que pode ter levado a falhas técnicas em outros milhares de páginas hospedadas em serviços como o Blogger, do Google, e o Geocities, do Yahoo.
O Departamento de Telecomunicações da Índia não deu explicações sobre a decisão, que foi tomada dois dias depois de atentados terroristas terem provocado mais de 200 mortes em Mumbai, na terça-feira da semana passada.
Os responsáveis pela investigação dos ataques ainda não culparam nenhum grupo.Na lista negra dos sites estão páginas que promovem o hinduísmo, os direitos das castas mais baixas e críticas ao governo. Outros blogs — como são chamados os diários pessoais na internet —, aparentemente inofensivos também foram afetados.
O bloqueio dos sites vale por tempo indeterminado.A Índia é a maior democracia do mundo e a liberdade de expressão é protegida pela constituição do país. Os grandes provedores de serviços de internet do país, como VSNL, Bharti, Reliance e Sifiy, no entanto, precisam cumprir as ordens, em função de certas leis que permitem ao governo proibir sites.“Faz parte das obrigações de nossa licença”, afirmou Deepak Maheshwari, secretário da Associação de Provedores de Serviços de Internet da Índia (Ispai, na sigla em inglês).
“O governo tem direito a nos ordenar o bloqueio de algo.”Como o bloqueio de blogs individuais é uma tarefa cada vez mais complexa, domínios inteiros, como o Blog-spot.com e o Geocities.com, ficaram inacessíveis na Índia em alguns provedores, particularmente os menores. “Em alguns casos, ocorreu isso”, afirmou Maheshwari. “Estamos assessorando (os provedores de internet) hoje.”Os usuários e defensores da internet dizem que os bloqueios podem ser facilmente driblados, usando-se outros sites para colocar os blogs, assinando serviços que agregam vários blogs ou usando ferramentas de tradução para acessar o site.
“É uma medida completamente sem sentido”, observou Arun Mehta, professor de Engenharia de Computação na faculdade de tecnologia JMIT, em Radaur.Mehta, que é moderador de uma lista de discussões na internet, afirmou que os bloqueios foram uma “reação precipitada”, que deveria ter sido levada a um tribunal superior.O Google Índia ainda está avaliando a situação. “Estamos confusos e desapontados com os relatos que temos visto de que usuários na Índia não conseguem acessar o Blogspot”, informou a empresa.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu à agência governamental indiana responsável pela decisão para rever o bloqueio aos sites. “Acreditamos que é um problema técnico e que eles não querem censurar todos os blogs”, afirmou o porta-voz da organização, Julien Pain. A censura “não é a forma apropriada de combater o terrorismo”, acrescentou o representante da organização. “Obstrui a liberdade de expressão e não se consegue atingir os resultados esperados.”Nos últimos anos, o governo indiano tem bloqueado periodicamente sites da internet. Este último incidente ocorre alguns meses depois de uma obstrução generalizada promovida pelo governo chinês sobre a atuação de mecanismos de busca dos Estados Unidos no país e outras páginas da web.
Neste ano, o Google foi criticado por defensores de direitos dos meios de comunicação por aceitar a censura de seu serviço na China, para cumprir as exigências do governo local. A Microsoft veta a discussão de assuntos delicados — e até mesmo o uso de palavras como “liberdade” e “democracia” — em partes de seu site MSN na China.
O Yahoo, particularmente, atraiu críticas pesadas ao ajudar as autoridades chinesas a rastrear o jornalista Shi Tao, condenado a dez anos de prisão em abril passado por revelar informações sobre limitações à imprensa promovidas pelo Partido Comunista naquele país.
Incredible India
OM Shanti
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