05 outubro 2006

A Segunda Esposa (livro)



Namastê

Terminei de ler o livro THE SECOND WIFE escrito por Premchand já há algum tempo, mas como não gostei, só agora me animo em escrever sobre ele.
Quando comprei o The Second Wife (A Segunda Esposa) achei que trataria sobre a bigamia ainda comum aqui na Índia, não só entre muçulmanos mas entre hindus também; porém o livro descreve a vida de uma moça que é a segunda esposa de um homem viuvo. (A primeira esposa dele morreu e ele então se casou com uma segunda mulher.)

Nirmala, a protagonista, recebe a notícia que dentro em breve terá que se casar com um rapaz que seu pai arranjou para ela e ir morar com a família dele como reza a tradição indiana. O dialogo que segue é de Nirmala e sua irmã mais nova Krishna:

Nirmala: Nós somos garotas, nós não temos lar em lugar algum.
Krishna: Nosso irmão também vai ser mandado embora de casa?
Nirmala: Ele é menino, quem o mandaria embora?
Krishna: Mas ele é muito travesso enquanto eu e você somos obedientes.

Os preparativos para a festa de casamento estão a todo vapor e o pai de Nirmala está gastando muito dinheiro nos preparativos. A mãe de Nirmala reclama dos gastos excessivos ao que ele responde:

“Uma vez que a família do noivo não está pedindo um centavo de dote é minha obrigação oferecer o melhor para os convidados da família dele.”

Aqui cabe explicar que apesar de proibido por lei, o dote ainda vigora fortemente e os pais de moças pegam empréstimo no banco para este fim.

“Sou eu que trabalho e ganho dinheiro. Eu gasto como quero e ninguém tem o direito de me criticar” o pai fala para a mãe de Nirmala.

Este tipo de situação ainda impera aqui na Índia, o homem é o provedor e a mulher tem que abaixar a cabeça e obedece-lo sem reclamar.

Resumindo, o pai de Nirmala morre assassinado antes do casamento. A família do noivo resolve cancelar o casório e arrumar uma nova noiva que lhes dê um bom dote e solta estas frases: “Dinheiro apaga qualquer defeito que a moça possa ter. Se uma vaca dá muito leite, quem se importa se ela dá coice?”. “Com dote suficiente qualquer defeito vira virtude”.

Com os preparativos do casamento já em andamento, a mãe de Nirmala decide não perder tempo e arrumar-lhe outro noivo.

Nirmala de 15 anos de idade casa-se com um advogado viuvo de 35 anos com 3 filhos do primeiro casamento. Juntamente com eles, mora na casa também a irmã mais velha do marido, que torna sua vida um inferno.
Aqui na Índia não é só a sogra que cria problemas, as cunhadas também!!


O filho mais velho do marido de Nirmala tem 16 anos e o marido sente grande ciúmes da esposa jovem em relação a seu filho mais velho; e acaba mandando o garoto para o colégio interno onde ele morre.

Após a morte do filho, o marido de Nirmala sente-se culpado por ter duvidado de ambos e percebe que nunca houve nada romântico/sexual entre eles e que foi tudo alucinação de sua cabeça doentia de advogado; entra em profunda depressão e para de trabalhar.

Parando de trabalhar eles ficaram na miséria e tiveram que vender a casa onde moravam. A única coisa que restava a Nirmala eram suas jóias. (As mulheres indianas amam andar todas enfeitadas com jóias, mas veja a filosofia por trás disso...)

“Jóias são os únicos bens da mulher. Ela não possui nenhum direito sobre as possessões do marido. Suas jóias são sua força e seu orgulho... Cada pedaço de jóia é como uma arma que a protege contra obstáculos e desastres.”

Como já era de se esperar, as jóias foram roubadas! Quem as roubou? O segundo filho de seu marido pois para ele a morte de seu irmão mais velho era culpa de Nirmala.

O garoto fugiu e o pai foi procura-lo abandonando Nirmala. Ela fica doente e acaba morrendo.

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É pior que dramalhão mexicano. Horrível!! O Autor não sabe manter os dados cronologicamente; ora diz que o marido de Nirmala tem 35 anos, ora que tem mais de 40 etc.

O original foi escrito em hindi mas eu li a versão em inglês. O autor é famoso aqui na India, mas não recomendo este livro a ninguém.

OM Shanti