13 julho 2007

Macacada


Namaskar

Diego A. Agúndez Nova Délhi (EFE).

A classe média indiana assiste preocupada e impotente ao nascimento de uma nova tribo urbana que se reúne sorrateiramente em escritórios e mercados e não hesita em roubar o quanto pode: os macacos se organizaram nas grandes cidades.

A ameaça chegou inclusive à Câmara Alta indiana, onde um senador denunciou a existência de "batalhões de macacos" e chegou a assegurar que um grupo deles invadiu sua cozinha, entre risos dos representantes.

Mas o problema não convida ao riso: segundo os especialistas, pelo menos 50 mil macacos podem ter migrado para as cidades de um país em pleno desenvolvimento, atraídos pelas melhores condições de vida e alimentação, o que representa entre 60% e 70% da população de macacos da Índia.

"Muitos macacos preferem as áreas urbanas porque obtêm comida fácil e nutritiva", disse Prabal Sarkar, especialista nos animais.

"Eles se organizam em grandes grupos por motivos de segurança, e se provocados atacam brutalmente as pessoas. Mulheres e crianças são mais suscetíveis porque demonstram medo", acrescentou.

A tribo urbana se une para atacar árvores, arrancar plantas, destruir cabos elétricos e roubar comida de crianças, além de representar para a população uma ameaça saltitante cuja mordida torna necessária a aplicação de 14 vacinas.

Às vezes, os intrépidos símios se reúnem nos edifícios residenciais, em escritórios e mercados, onde atacam as pessoas para conseguir alimento. Em algumas ocasiões, chegaram inclusive a render a Justiça, invadindo tribunais e destruindo arquivos.

"Um dia, ao chegar a casa, encontrei um grupo de macacos fazendo uma festa. Tinham tirado as panelas de comida do fogão e estavam sentados à mesa desfrutando o menu", contou à Efe uma dona de casa, que teve que expulsá-los a vassouradas.

Bem alimentados e abrigados nos edifícios, os macacos conseguiram se adaptar ao meio e se reproduzem tão rápido quanto os próprios indianos, o que gerou um problema de superpopulação, levando os especialistas a pedirem medidas de controle.

Mas não é fácil, porque antes é preciso caçá-los. "Ao contrário de outros animais que são facilmente tranqüilizados, os macacos sobem nos telhados e nas árvores, e qualquer tentativa de dopá-los é perigosa", diz Sarkar.

Há dois anos, o problema dos macacos levou a Secretaria do Meio Ambiente de Nova Délhi a ordenar a transferência deles para as florestas de regiões vizinhas.

No ano passado, o Departamento de Vida Animal de Délhi capturou cerca de 250 símios na capital e os libertou na floresta Palpur Kuno, na região de Madhya, no centro do país.

Mas, após sua libertação, os macacos, já acostumados à vida urbana, começaram a cometer atos de vandalismo nos povoados próximos.

Os oficiais locais reagiram diante da nova ameaça urbana negando-se a proteger novas gerações de macacos, portanto estes ainda vivem comodamente em Nova Délhi.

Os macacos da cidade se refugiam nas áreas verdes da cidade, à espera de alimento seguro - bananas, cocos e mangas - fornecido por muitos devotos hindus, para quem os macacos são herdeiros vivos do deus Hanuman.

Essa condição "divina" gerou uma pequena indústria junto aos lugares freqüentados pelos símios, onde vários comerciantes instalaram bancas de bananas, enquanto outros, mais espertos, adestram os macacos para dançar e obter gorjetas ou pedir esmolas, antes de levá-los para casa de bicicleta.

Os micos indianos se adaptaram à vida cotidiana das cidades até no que concerne à superpopulação e ao barulho.


Como se já não bastasse a falta d’água, a falta de energia elétrica, o trânsito caótico, os mosquitos e suas doenças tropicais infeciosas, os inúmeros ratos e baratas, ainda temos que passar por isso. Morar na Índia não é mesmo para qualquer um.... haja paciência!!!

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Incredible India!

Om Shanti