Namaskar
Segue uma interessante entrevista do Lucas Mendes com um cientista
político, autor de um livro recém-lançado, sobre geopolítica.
O Brasil já esteve no terceiro mundo, foi emergente e agora está no
segundo mundo. Quem nos diz é Parag Khanna, cientista político, num
livro de 466 páginas: The Second World - Empires and Influence in the
New Global Order (Random House). Em português, O Segundo Mundo,
Impérios e Influências na Nova Ordem Global.
Inspirado na experiência de um historiador maior, Arnold Tombei, Parag
Khanna passou dois anos viajando pelo mundo colhendo informações e
impressões em quarenta países para seu livro e, apesar de suas
conexões americanas e de sua origem indiana, o historiador não é
otimista sobre os Estados Unidos nem sobre seu próprio país.
O declínio americano foi precipitado pelos últimos oito anos de Bush,
mas não é culpa do presidente. Foi vítima da globalização a partir da
década de 80.
A Índia, seu país de origem, é uma bagunça que nunca chegará a ser a
China.
O mundo de Parag Khanna está dividido geograficamente em cinco partes
e, geopoliticamente, em três: os impérios - Estados Unidos, China e
União Européia. Há um segundo mundo com 40 países, entre eles o
Brasil. E o resto.
Passei uma tarde com o historiador no apartamento dele em Nova York e
ele me disse que a União Européia é o império mais popular e bem
sucedido de toda história porque não domina. Disciplina. A cada ano,
admite pelo menos mais um país novo, sem nenhuma conquista militar. Os
candidatos brigam para entrar no império.
E qual é o sonho chinês? Com quem sonha a China?
Com a Alemanha do pós-guerra, industrial, próspera, engenheira, exportadora.
A China pensa como império, mas sem ambições militares. Um império comercial.
E a Índia, seu país de origem?
Não tem a menor chance de ser império. A Índia é uma bagunça.
Economicamente desigual, burocrática e democrática, mas é uma
democracia que emperra mais do que avança. Tudo é difícil e apesar das
aparências, o investimento externo é pequeno. Entra mais dinheiro em
Hong Kong num ano do que na Índia inteira.
E qual é o sonho islâmico?
Não existe, porque não há uma identidade islâmica. Há uma coleção de
países com interesses diferentes, com freqüência, opostos.
O Brasil está no time que sonha com uma sociedade européia e, diz ele,
está entre os três paises que mais gostou e mais o impressionaram
nesta pesquisa.
A política do país não-alinhado está morta. Foi substituída pela
política dos países multi-alinhados. O Brasil joga, e bem, com os três
impérios. Tem tudo para dar certo.
Colaborou: Carol Parisi
Incredible Blocos Economicos!
Om Shanti