Presente nos principais momentos da vida religiosa, pessoal e pública dos indianos, o vermelho representa a celebração, alegria, boa sorte e paixão. Neste último aspecto, temos a cor firmemente marcada nas cerimônias de casamento. É ali que reina soberano o vermelho; nas mãos e pés, as tatuagens coloridas de hena enfeitam as noivas com desenhos, seda usada na ocasião é vermelha, geralmente bordada com desenhos arrematados por fios dourados, o fogo - centro do ritual das bodas - é atiçado com produtos que o faz reluzir vermelho. Por fim, o sindoor, pó escarlate que simboliza a bênção e a prosperidade no casamento vai no penteado da noiva. Se o casamento e o sexo ocupam lugar de destaque na cultura hindi, nada mais revelador.
Outro pó vermelho é o gulaal, usado no Festival Holi, o carnaval de rua indiano; é um talco feito de pó de sândalo e corantes extraídos de pétalas de rosas. Ele é jogado nas pessoas como o confete no carnaval do Brasil. É com corantes semelhantes a esses que são feitos os rangoli, desenhos feitos no chão para enfeitar as casas e praças.
Há ainda a conotação religiosa: o vermelho é a cor da veneração a deusa Durga que representa o feminino sagrado. A cor aparece nas oferendas feitas a ela, bem como aparece numa oferenda da natureza aos nossos olhos; no verão, as cores se tornam rubras ao redor das montanhas.
No maior estado da Índia, o Rajastão, turbantes, véus e saias vão do rosa ao vermelho, as jóias são predominantemente feitas de rubi. Vê-se o arenito vermelho nas fachadas das casas, influência herdada da arquitetura mongol.
As pimentas, os xales, as flores, as cerejas, as maças de Kulu, tudo ao redor parece apontar a Índia para essa cor que habita o imaginário tradicional e faz surgir conjuntos concretos impossíveis de serem descritos. Assim sendo, melhor deixar que as imagens falem e deslumbrem com a completa tomada de beleza vermelha que permeia todos os cantos do país.
Colaborou: Priscilla Santos do Obvious
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