03 abril 2006

Sati - explicação


Namastê

Como tem leitores que ainda não entenderam bem a prática do Sati, tentarei explicar mais claramente.

Sati é o ato de queimar a viuva viva junto ao corpo do marido morto simultaneamente na mesma fogueira (pira funerária).

Para abafar seus gritos de dor, eram tocados tambores. Se ela se recusa-se a ir para a fogueira espontaneamente, batia-se nela a pauladas até finalmente po-la na fogueira.

Os britânicos achavam tudo muito animalesco e primitivo mas como seu interesse era tão somente comercial (exploração); nada fizeram contra esta prática e contra os sacrifícios de animais e crianças e muitas outras práticas brutais. Eles não queria estragar suas relações comerciais com os indianos indo contra sua cultura. Os britânicos adotaram a postura de “respeitar” as tradições indianas e assim não criar problemas para sua dominação.

Foi o indiano bengalês Raja M. Roy, sobre o qual escrevi em postagem anterior, que levantou a voz pela primeira vez contra a pratica do Sati. Naturalmente ele encontrou apoio imediato dos britânicos e juntos passaram a lei proibindo-o.

Quando uma moça casa-se aqui na Índia, ela pertence ao marido e portanto vai morar na casa dele com os pais deles e toda a família dele. Isto acontece até hoje (inclusive com as brasileiras casadas com indianos) e para esta regra NãO há exceção. Depois de uns tempos as brasileiras se mudam e alugam uma casa, mas as indianas moram pra sempre com os sogros e a família do marido.

Quando o marido morria, a família dele não queria ficar alimentando e sustentando uma boca desnecessária, e por isto mesmo queimava as viuvas pra se livrarem dela. As famílias não se importavam em cuidar dos netos órfãos, pois estes pertencem à sua família. A mãe das crianças é vista tão somente como reprodutora e objeto sexual do marido, um brinquedo pra ele trepar quando quiser, e portanto não importante após a morte deste. Deu pra entender?

Depois que passaram a lei proibindo a matança das viuvas, o que aconteceu com elas????????

Eram expulsas de casa e levadas para a cidade “sagrada” de Varanasi (antiga Benaras). E é exatamente sobre isto que trata o filme WATER da cineasta Deepa Mehta.

Om Shanti