Nâmaskar
Hoje temos a participação especial de Thakur Dasa dono da comunidade Shiva - Siva escrevendo sobre o deus Shiva. Veja abaixo o link da comunidade.
Shiva, o Asceta Sensual.
Shiva é um dos Deuses mais venerados por toda a Índia, suas histórias e lendas são recontadas por várias gerações nos lares hindus. Ele, assim como Brahma e Vishnu, pertence à Trimurti, ou “Trindade”, por isso Ele é bastante respeitado.
Shiva é um Deus de múltiplos nomes e títulos. A palavra “Shiva” (शिव) vem da raiz sânscrita “Si”, que significa “bom” ou “auspicioso”. Alguns exemplos mais famosos de seus nomes são: Mahadeva (Grande Deus), Maheshvara (Senhor Supremo), Pashupati (Senhor dos Animais), Mahayogi (O Asceta Supremo), Nataraja (O Rei dos dançarinos), Digambara (Aquele que possui o céu como vestimenta) e Bholanath (o Deus inocente).
Na Trimurti, Shiva é o responsável pela destruição, ele aniquila aquilo que não serve mais para que algo novo possa ser criado em seu lugar. Ele faz a “faxina cósmica” que deixa o ambiente preparado para uma nova criação, pois a visão hindu do universo é cíclica. Shiva é o responsável por destruir o universo e sobreviver após essa destruição. Sua posição é diferente da de Brahma, por exemplo, que após ter criado o universo, se torna uma presença subordinada, e de Vishnu que após a criação ser dissolvida se torna uma criança do tamanho de uma folha de figueira. Vishnu só volta a sua forma normal após Mahadevi, o aspecto feminino de Shiva, lhe fizer relembrar quem é e qual a sua função. Assim Vishnu criará Brahma, que dará início a um novo universo.
Shiva, nunca cresce nem diminui de uma forma para outra. Essa multidimensionalidade que lhe foi conferida é simplesmente única, Shiva está além de todas as formas! Como Nataraja Ele dança fervorosamente para destruir o universo, para aniquilar a ignorância e para o deleite de seus devotos.
Shiva é freqüentemente representado na forma do Lingam, um símbolo fálico feito de argila ou outro material com três linhas brancas horizontais, representado seu poder de fertilidade, o aspecto regenerativo do universo material. Essa é uma forma abstrata de adoração a esse grande Deus. O Linga representa o Deus sem forma, sem atributos, que é Shiva em sua forma mais transcendental: o indivisível, o onipresente, eterno, auspicioso, puro, essência imortal do universo, a alma imortal que reside no interior dos seres, o supremo Brahman.
Shiva é estático e dinâmico ao mesmo tempo, criador e destruidor, ele é o mais velho (Jyestha) e o mais jovem (Kanishta), ele é a eterna juventude assim como a infância. Ele é a fonte da fertilidade nos seres, ele possui formas gentis e ferozes, Shiva é o maior dos renunciantes e mesmo assim o melhor dos amantes. Ele destrói o mal e protege o bem. Shiva confere prosperidade aos seus adoradores sendo ele próprio um renunciante.
Shiva é inseparável de Parvati, a Deusa Suprema Shakti Devi. Não há Shakti sem Shiva e vice-versa. Shakti é o próprio Shiva na sua forma ativa. Os dois são um só, o supremo estado do Ser, Consciência e Felicidade.
O aspecto abstrato de Shiva é o controlador dos desejos humanos e representa o ‘Yogi’, aquele que transcendeu aos prazeres mundanos. Diz-se que Ele elimina Kama (desejo sexual), Moha (desejo material) e Maya (pensamentos mundanos) da mente dos seus devotos.
A morada de Shiva é o Monte Kailash, que fica no Tibet. Algumas escrituras falam desse monte como o centro do mundo. Acredita-se que Shiva reside no topo desta montanha, junto com sua sagrada família: sua esposa Parvati, seus filhos Ganesha e Skanda, e Nandi, o touro que utiliza como transporte. Alguns homens já conseguiram chegar ao topo do Monte Everest, o mais alto do mundo, mas mesmo assim, nenhum ser humano não-mitológico jamais conseguiu chegar ao topo do Monte Kailash.
A montaria de Shiva é o touro Nandi. Ele é o grande semeador, e representa a energia fecundante de Kama, o deus do amor. O touro que vagueia por todos os lados, ansioso por encontrar uma parceira, é a incorporação do impulso sexual. A maioria das criaturas vivas é governada pelos seus impulsos sexuais, elas estão submissas ao touro. Mas Shiva é o mestre da luxúria, ele domina o touro e por isso pode andar montado nele. Assim, a imagem de Shiva no topo do touro representa o desejo sexual sob controle, mas não enfraquecido!
Apesar de Shiva e sua consorte Shakti serem deidades criadoras, o verdadeiro motivo de sua união não é a procriação, mas a voluptuosidade e o prazer (ananda). Muitas lendas tratam somente dos passatempos amorosos de Shiva e Shakti. Os dois opostos, os pólos negativos e positivos, adquirem realidade somente quando se relacionam. Em outras palavras, a causa imanente do universo, substância, e criação, é o Desejo.
Shiva é um deus essencialmente familiar, paternal, adorado tanto pelos monges celibatários quanto pelos pais de família. É um Deus de muitas facetas, de muitos aspectos, e de muitos poderes. É ao mesmo tempo sensual, e austero; inocente e sábio; criador e destruidor; masculino e feminino; doce e feroz; transcendente e imanente. É o Deus dos opostos (a cara da Índia), é o Deus do Todo.
O autor desse artigo é Thakur Dasa, o dono da maior e primeira comunidade sobre Shiva no orkut (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=84119). Participe desta comunidade e descubra mais sobre o poderoso deus Shiva.
Incredible India! (slogan oficial do governo indiano)
Om Shanti