Continuando com a autobiografia de Gandhi....
No capítulo MUDANCAS, Gandhi decide fazer economia e começa a caminhar para ir e voltar da faculdade. Segundo ele, o hábito de fazer longas caminhadas preveniu que ficasse doente. “...this habit of long walks kept me practically free from illness…”
Ele começou a fazer também uma série de experimentos em sua dieta. Por vezes bebia leite, por vezes não bebia, por vezes alimentava-se somente de frutas, castanhas e azeite de oliva.
A timidez e o nervoso de falar em público continuavam...
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CONHECENDO RELIGIÕES é um capítulo onde Gandhi conta suas descobertas em Teosofia e Cristianismo.
Gandhi conheceu 2 irmãos teosofistas que o convidaram para ler o Gita. Gandhi sentiu-se envergonhado por nunca antes ter lido o livro sagrado hindu e aceitou o convite. Os irmãos o levaram para conhecer Madame Blavatsky e Anne Besant que acabara de se converter para a Teosofia.
O livro de Madame Blavatsky “Key to Theosophy” foi que levou Gandhi a ler livros sobre hinduismo (sua própria religião).
Gandhi leu também a bíblia e gostou muito do Novo Testamento, mas achou o Velho Testamento detestável.
Gandhi passou a ter preconceito para com o ateísmo “...my prejudice against atheism.” e o fato de Anne Besant ter se convertido de ateísta para teosofista fortaleceu a aversão que tinha pelos ateus. Ele leu o livro de Besant “How I Became a Theosophist.”
É interessante observar que no início de sua autobiografia Gandhi confessa que tinha uma tendência ao ateísmo. “...incline somewhat towards atheism.” Mas após pouco tempo na Inglaterra e entrando em contato com a teosofia e o cristianismo ele muda completamente de opinião e passa a ter preconceitos contra os ateus.
Como diria Raul Seixas, “Eu prefiro ser, esta metamorfose ambulante...” É bom mudar, crescer, evoluir. Com certeza a aproximação de Gandhi à religiosidade lhe fez bem.
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No capítulo PERDIDO temos que na faculdade, Gandhi leu a Lei Romana em latim, isso mesmo, ele aprendeu latim.
Gandhi terminou a faculdade e prestou o exame da “OAB” inglesa (Bar). Passou no exame e se registrou para advogar. No dia seguinte embarcou no navio de volta para Índia.
Gandhi leu todos os livros indicados durante seu curso de direito na Inglaterra, tinha toda a teoria em sua cabeça, mas não sabia como por em prática e se sentiu muito perdido.
Outro problema foi que ele não sabia nada das leis hindus e islâmicas (na Inglaterra aprendeu somente leis inglesas). Gandhi foi falar então sobre seu problema com Dadabhai que lhe sugeriu primeiro ler livros sobre história da Índia, assim como livros sobre fisiognomia (conhecer a pessoa por seu rosto).
Aqui na Índia até hoje (2007) temos leis diferentes para hindus e para islâmicos. Por exemplo, leis de casamento são 3. A lei hindu, a islâmica e a especial (SPECIAL MARRIAGE ACT), a única válida para ocidentais que se casam com indianos. Digo isto pois conheço um indiano espertinho que casou-se com uma brasileira pela lei hindu que de nada vale para os estrangeiros. E não adianta falar que se converteu para o islamismo ou hinduismo, estrangeiro tem que casar pela lei especial e ponto final. FIQUE ESPERTA!!!!!!!
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No capítulo COMO EU COMECEI A VIDA Gandhi confessa abertamente maus tratos psicológicos para com sua esposa. Ele reconhece que era mau e a torturava mentalmente.
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Nossa, fiquei chocada neste capítulo, pois ele chegou até a mandar a mulher embora, de volta a casa dos pais dela por uns tempos só para tortura-la mentalmente. Quando li isto fiquei indignada!! Se Gandhi fazia isso, um homem de casta alta, rico e estudado, imagine os outros?????
Gandhi muda-se para Mumbai e contrata um cozinheiro que apesar de ser brâmane era muito sujo. Gandhi diz que o cozinheiro só jogava água no corpo mas no fundo não se lavava (como é o costume até hoje) e suas roupas eram encardidas. A falta de higiene dos indianos incomodava MUITO Gandhi e ele menciona isso repetidas vezes no livro.
FOTO: Gandhi já no fim do curso de Direito.
FILME: Gandhi fala sobre Deus (em inglês) http://youtube.com/watch?v=e5sZKU4OdP0
Continua na segunda-feira....
Om Shanti