Nâmaskar
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otoessay2700664.shtml
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Big Mac está morto, "namasté" Maharaja Mac
Jordi Joan Baños
Em Nova Delhi
Quem aterrissasse, há alguns dias, na recém reformada Connaught Place, o centro comercial de Nova Delhi, teria visto em concerto uma centena dos tradicionais encantadores de cobras, mas também encontraria todos os ícones da verdadeira fast food americana. Aqui cheira a curry. Diz o ditado que a Índia é um estômago tão sólido que foi capaz de digerir todas as influências estrangeiras, transformando-as. E assim Kentucky Fried Chicken, Pizza Hut ou McDonald's tiveram de reformular mais de um terço de seu cardápio para poder sobreviver ao paladar indiano. (Indianos gostam da própria comida e não são abertos a comidas de outras culturas).
Destaca-se o caso peculiar da popular rede de lanchonetes, que teve de modificá-lo para abandonar sua verdadeira razão de ser - a carne de boi - por motivos religiosos. Como se sabe, a vaca é um animal sagrado para os hindus. A rede americana evitou tamanha provocação.
De fato, na terceira cidade indiana e campeã mundial da greve geral, Calcutá, o McDonald's não havia se atrevido a abrir um restaurante até um mês atrás, ao mesmo tempo em que continua ausente da quarta cidade, a conservadora Madras (Chennai), ou do turístico - e esquerdista - estado de Kerala. Em compensação, Mumbai tem uma vintena de lojas, do total de 108 que a multinacional do hambúrguer abriu em uma década no país das vacas sagradas.
Mas em seu cardápio indiano não se encontrará o universal Big Mac, que desapareceu em benefício do Chicken - o Marajá Mac, 100% frango e generoso em especiarias (apimentado).
Mas a ausência de carne não é a única mudança em seu cardápio. Lá estão o chá de cardamomo, o café com leite frio ou o McCurry Pan, entre uma ampla oferta vegetariana que inclui sanduíches de batata (McAloo), queijo (McPaneer) ou verduras (VegSurprise). Além disso, os produtos vegetarianos e não-vegetarianos são separados e identificados com cores diferentes. Um erro poderia sair caro.
Se o cardápio mudou, o mesmo ocorreu de alguma forma com as práticas. O McDonald's, por exemplo, entrega comida em domicílio.
Por outro lado, se as redes ocidentais se orientalizaram, iniciativas estritamente indianas têm como imagem de marca ser ocidentais. Como a bem sucedida rede de cafés Barista, inevitável para os jovens modernos, sem concessões ao cheiro de curry. A não ser que a italiana Lavazza, que acaba de comprar a Barista do grupo Sterling Infotech, de Madras, sucumba à mestiçagem. De todo modo, fast food e Ocidente deixaram de andar de mãos dadas na Índia, com o aparecimento da Yo, franquia de comida chinesa por preços chineses.
Você já deve ter observado que eu não escrevo nada sobre comida no Indiagestão e que este artigo de hoje é único pois é a primeira vez que permito uma postagem deste tipo.
Eu tenho verdadeiro trauma deste assunto e se você observar o nome do meu blog, Indi(a)gestão você vai logo perceber o motivo.