Namastê
Taj Mahal se torna foco de polêmica na Índia: poluição versus crescimento econômico
Raymond Thibodeaux
Em Agra, Índia
Durante mais de três séculos, o mármore de tonalidade branco-lírio do Taj Mahal conferiu a ele o esplendor puro e etéreo.
Mas a fuligem de fábricas próximas está amarelando o Taj Mahal, e isso tem enfurecido grupos ambientalistas . Neste mês o problema incitou alguns membros do parlamento indiano a exigirem controles mais rígidos da poluição.
Os legisladores estão preparados para gastar centenas de milhares de dólares em várias obras com o objetivo de restaurar a brancura daquele que é um dos mais reconhecidos ícones arquitetônicos da Índia.
O Taj Mahal se tornou o mais recente cenário de embate entre o crescente movimento ambientalista da Índia -que tem sido apoiado pelos tribunais- e as entrincheiradas potências industriais, muitas vezes apoiadas por políticos.
Alguns analistas afirmam que esse cabo-de-guerra prejudica as tentativas de resolver os problemas ambientais que aumentam no momento em que a população da Índia ultrapassa a barreira de um bilhão de habitantes.
"É bom que o parlamento demonstre a sua preocupação com o Taj Mahal e os fatores ecológicos que ameaçam o monumento, mas até o momento o governo não se preocupou muito em proteger o meio-ambiente e patrimônios culturais como o Taj Mahal", afirma Mahesh Mehta, um advogado especializado em questões ambientais que trabalha para preservar a elegante estrutura construída no século 17.
Mehta moveu diversas ações no supremo tribunal da Índia, obrigando o governo a reprimir os donos de centenas de casas de fundição, fábricas de tijolos e outros poluidores industriais, incluindo uma refinaria de petróleo, que surgiram em Agra e nos arredores da cidade.
"É evidente que as indústrias estão sendo injustamente alvo de ataques", reclama Manish Agrawal, vice-presidente da Câmara Nacional de Indústria e Comércio em Uttar Pradesh, o Estado mais populoso da Índia.
"Os tribunais e o governo deveriam perseguir os motoristas de caminhões e dos táxis movidos a gás. A fumaça negra dos caminhões movidos a óleo diesel e dos riquixás (táxis de três rodas, muito usados na Índia) movidos a gás causam mais danos ao Taj Mahal do que as fábricas, muitas das quais já praticam o controle da poluição", diz ele.
O Taj Mahal foi concluído em 1654 pelo governante de Mughal, Shah Jahan, que construiu o edifício para uma de suas mulheres, Mumtaz Mahal, que morreu ao dar a luz ao 14º filho de Jahan.
Desde então, a obra-prima arquitetônica se tornou um dos destinos turísticos mais lucrativos da Índia, atraindo cerca de três milhões de visitantes por ano e sendo responsável por uma grande parcela dos mais de US$ 30 bilhões arrecadados anualmente pela Índia com o turismo.
Agra é uma cidade arenosa e de relevo ondulado, de 1,3 milhão de habitantes. Uma procissão constante de carros que buzinam incessantemente, caminhões e carroças serpenteia por entre uma multidão de pedestres e manadas de vacas soltas.
Para a maioria dos moradores daqui, o amarelamento do mármore branco do Taj Mahal é uma questão menor comparada ao fato de poucos deles terem acesso a água limpa.
O Rio Yamuna, que corre próximo ao Taj Mahal, absorveu enormes quantidades de lixo industrial, resíduos agrícolas e esgoto não tratado de Agra e de diversas outras cidades, incluindo Nova Delhi, a capital da Índia que fica mais de uma centena de quilômetros a montante.
Sem o uso de caros equipamentos filtrantes, a água não pode ser bebida, o que obriga a maioria dos moradores de Agra a comprar água mineral ou cavar poços artesianos. De qualquer forma, o acesso a água potável é um luxo para a população indiana.
E isso é algo que provoca a ira de Agrawal: "O Taj Mahal ficará amarelo com a idade. O governo não deveria se preocupar tanto com isso, e sim em garantir que o povo tenha água limpa".
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Eu particularmente acho muito tétrico os turistas virem de longe, pagarem caro, sofrerem para ver um mausoléu onde há somente duas tumbas com dois defuntos dentro.
Além do que, o Taj Mahal tem somente 350 anos, nem sequer é histórico para padrões indianos visto que aqui temos monumentos como o Ashok Pillar que data de 273 a.C. ou seja, uma verdadeira relíquia histórica com 2280 anos!!! Somente 3 outros brasileiros conhecem pois eu os levei lá. Fica aqui mesmo em Delhi e está literalmente caindo aos pedaços e ninguém se preocupa em restaura-lo pois não dá dinheiro, não é popular entre os turista e nem mesmo os indianos sabem direito de sua história.
O Ashok Pillar foi erigido pelo imperador Ashok, o único imperador budista antes da Índia ser invadida pelos mongois.
Incredible India!
Om Shanti