05 fevereiro 2007
Sadhus
Nâmaskar
A postagem abaixo não foi escrita por mim.
Sadhus: fé e "estranhices" no coração místico da Índia
Manifestações de fé geralmente produzem imagens impressionantes. Os milhões de muçulmanos andando em círculo ao redor da Caaba, em Meca... A luta desesperada dos filipinos para tocar na corda-guia durante a procissão do Cristo Negro... Mas, acredito eu, as cenas proporcionadas pelos hindus durante o festival de Ardh Kumbh Mela, que ocorrer nesta época do ano e reúne dezenas de milhões de fiéis, são incomparáveis. Isto graças, principalmente, a um grupo de personalidades sagradas conhecidas como sadhus.
E quem são, na verdade, essas figuras tão místicas quanto curiosas? Os sadhus poderiam ser chamados de " santos " vivos do hinduísmo. Eles são ascetas seguidores de Shiva, de Sri Vishnu e dos tantras que abdicam totalmente de vestimentas, cobrindo seus corpos apenas com cinzas. Ou melhor, alguns deles, mais moderninhos, costumam usar uma tanga ou um pano surrado para cobrir a genitália. Na comunidade sagrada há umas poucas mulheres, mas elas não têm a mesma reverência obtida pelos homens.
Mas um sadhu que se preza segue regras milenares. A origem da palavra em sânscrito remete a adjetivos como agradável, correto, decente, disciplinado, respeitável, virtuoso. Eles personificam o desapego às coisas materiais e a renúncia aos prazeres terrenos. Como substantivo, o termo é sinônimo de santo, sábio e vidente. As palavras de ordem são simplicidade e abnegação. Sempre andam a pé, não importando a distância a ser percorrida. Respeitados como ícones do despojamento, só a eles é permitido fumar haxixe.
Os sadhus se dividem em grupos fechados, cada um com uma característica específica, identificados pela marca que levam na testa - a tilaka. Alguns chegam a morar em árvores como se fossem macacos e recusam a se comunicar com meros mortais. Apesar do aspecto primitivo, eles são vistos como poços profundos de sabedoria. Vivem de oferendas recebidas por onde peregrinam a fim de repartir os dividendos do seu "dom".
Eles praticam o celibato porque acreditam que o prazer sexual apaga o seu poder espiritual. A limitação do prazer dos sentidos inclui também uma limitação na alimentação. O jejum faz parte das renúncias que o Sadhu se impõe regularmente. Muitos sadhus fundamentalistas chegam a se manter de pé sem nunca se deitar. Outros dormem apoiados em um pau. Outros ficam com o braço direito erguido durante 12 anos ou mais, o que leva à paralisação do membro. E há os que ficam durante anos com uma das pernas dobrada para trás, circulando como se fossem sacis.
Alguns deles não saem das grutas ondem vivem e, por isso, acabam cegos. Costumam fazer exercícios com o pênis - como uma espécie de musculação em que penduram pedras pesadas no órgão - e usam cinto de castidade a fim de frear o desejo sexual.
Os ainda mais radicais chegam a ser enterrados vivos e a viver durante anos com galhos de árvores afiados que atravessam o braço - às vezes a carne chega a necrosar. O cabelo não pode ser cortado - alguns têm tranças de três metros! Mas há os que preferem seguir o estilo careca.
Outro traço marcante dos sadhus é a importância para eles dos pés, que são tidos como um canal especial para a transmissão da energia espiritual. Os pés acumulam a energia vinda do solo, por isso os homens sagrados andam quase sempre descalços. Assim, difundem energia para os fiéis, para os quais é um grande privilégio tocar ou lavar os pés dos Sadhus.
Uma das principais missões dos sadhus é guiar milhões de devotos durante o festival de Ardh Kumbh Mela. Os hindus têm que enfrentar o frio para se banhar na confluência dos rios Ganges , Jamuna e Saraswati para poderem se limpar dos seus pecados, de acordo com sua crença.
Incredible India!
Om Shanti
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