Namaskar
Voce se lembra da Vera que foi visitar e dancar no ashram de Satya Sai Baba em Puttaparthi?
Ela escreveu 3 depoimentos contando todas as suas experiencias no asharam do Baba. Voce pode ler seus depoimentos nos dias:
28/08/2007 – Vera em Puttaparthi – Parte 1
20/09/2007 - Vera em Puttaparthi – Parte 2
13/11/2007 - Vera em Puttaparthi – Parte 3
http://indiagestao.blogspot.com/2007/08/vera-em-puttaparthi.html
http://indiagestao.blogspot.com/2007/09/vera-em-puttaparthi-parte-2.html
http://indiagestao.blogspot.com/2007/11/vera-em-puttaparthi-parte-3.html
Hoje apresento para voce a parte final. Sei que voce vai se emocionar assim como eu me emocionei. Entendo completamente a emocao que a Verinha sentiu, eu teria sentido a mesma coisa se meu guruji Paramahansa Yoganada estivesse aqui e eu tivesse a oportunidade de ve-lo pessoalmente e olhar em seus olhos!!
Antes de postar abaixo a parte final do relato da Vera, quero deixar aqui meus mais sinceros agradecimentos por ela ter tido a paciencia e a boa vontade de compartilhar conosco sua viagem e suas experiencias na Incredible India.
Verinha, meu anjo, BRIGADUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU :)
Chegou o dia do Gurupurnima – data sagrada em que se comemora o dia do Guru. O ashram estava todo enfeitado para essa ocasião e fomos avisados que, se quiséssemos conseguir entrar no mandir, teríamos de estar na fila às 3 da manhã! Até o dia anterior, os jovens ainda tinham assentos reservados, por causa da Conferência, mas a partir de então, não sabíamos se teríamos o mesmo tratamento então muitos acharam melhor ir pra fila de madrugada.
Como eu estava hospedada no hotel, fora do ashram, não teria como entrar antes das 5 da manhã (hora em que os portões do ashram se abrem ao público externo). Dessa maneira, resolvi abdicar das festividades da manhã, pois achei que seria muito sacrificado ter de acordar tão cedo para estar na fila.
Eu e Daniel chegamos no ashram por volta de 11 da manhã. Ao entramos, encontramos uma brasileira que também estava participando dos ensaios da dança e ela me avisou: “vamos nos apresentar hoje à tarde!” Finalmente! Após tantos ensaios, indecisões, incertezas, fomos abençoados com a oportunidade de nos apresentarmos para o nosso Mestre no dia do Guru! Imediatamente eu corri para o quarto das brasileiras, pois tínhamos de arrumar os cabelos, fazer maquiagem, vestir a fantasia, repassar os últimos passos, ou seja, nos preparar adequadamente, pois às 14 horas tínhamos de estar todas prontas e na fila para entrar no mandir.
Este foi um dia muito emocionante, pois, como fazíamos parte da programação cultural, tínhamos assentos super vip reservados. Entramos, nos acomodamos e esperamos, pois Sai Baba só entrou no mandir às 16:30. Estávamos muito nervosos, mas muito felizes também! Assim que Ele tomou o Seu assento, os organizadores da América Latina pediram autorização para que se iniciassem as atividades da tarde, começando com a apresentação cultural da América Latina. Sai Baba aprovou e pediu para ver a programação que havia sido preparada pelos jovens. Logo após, recebemos o sinal de aprovação e a apresentação começou. Primeiramente, os rapazes mexicanos se apresentaram, cantando e dançando músicas típicas. Em seguida, entraram os rapazes brasileiros! Nessa hora meu coração já estava a mil por hora, pois nós seríamos as próximas! Finalmente chegou nossa vez....meu coração estava a ponto de sair pela boca. Uma mistura de nervosismo, alegria, felicidade, tudo junto. Bem, em seguida, após a nossa apresentação, era a vez dos rapazes venezuelanos. Nesse momento, após me sentar novamente e me acalmar um pouco, pude aproveitar e assistir a apresentação. Reparei que Sai Baba estava muito sorridente com a dança dos meninos venezuelanos, demonstrando estar gostando bastante. Logo após, foi a vez das meninas da Venezuela. Para terminar, as meninas mexicanas apresentaram uma dança típica. Para o encerramento da apresentação cultural foi apresentada uma canção em espanhol, cantada pelos três países. Novamente meu coração acelerou! Fomos todos sentar mais perto ainda de Sai Baba para poder cantar aos pés Dele. Ao final, ficamos todos parados nos mesmo lugares, pois havíamos sido orientados a esperar pela sinalização dos organizadores. Nesse momento, eles estavam falando com Sai Baba e quando notamos, eles estavam chamando cada um dos grupos, homens e mulheres separadamente, para que tirassem fotos junto a Sai Baba. Nesse momento, eu senti como uma coroação de todo o nosso empenho, sofrimento, angústias....como se tivéssemos passado no teste e agora estávamos recebendo um presente, um carinho....Na hora em que o grupo das brasileiras se levantou para posar para a fotografia, tive a oportunidade de olhar bem em Seus olhos....foi um momento muito precioso e que guardo com muito carinho!!! Depois de nossa apresentação, ainda houve o Coral Internacional, composto de mais de 150 jovens de todos os países, cantando músicas belíssimas em vários idiomas. Para encerrar, o grupo Malladi Brothers, um grupo muito famoso na Índia, se apresentou. No encerramento das atividades do dia, teve o Arathi, um ritual muito bonito com o fogo que é oferecido a Sai Baba diariamente, e a distribuição de prasada, o alimento abençoado. E aí todos foram se retirando do mandir e nós continuamos ali, sentadas, meio que não querendo que aquele dia acabasse, absorvendo tudo o que tinha acontecido...muito,muito felizes!
Depois desse dia, com a apresentação concluída e o encerramento da Conferência de Jovens e do Gurupurnima, o ashram começou a se esvaziar. Não pensem que ele ficou vazio, por que eu acho que isso é meio impossível. Ele apenas começou a desinchar....hehe. Víamos as pessoas carregando malas enormes, famílias em cima de caminhões, provavelmente retornando às suas casas. No final do dia seguinte, os brasileiros se reuniram no gramado do ashram para cantar bhajans. Foi muito interessante, pois pessoas de vários países começaram a se juntar a nós, inclusive duas meninas iranianas!
No outro dia, como havia prometido ao Daniel, tiramos o dia para fazer passeios turísticos por Puttaparthi. Fomos eu, ele e mais dois amigos. Conhecemos a árvore dos desejos – um tamarineiro que, na juventude, Sai Baba apanhava toda espécie de frutas para seus devotos: abacaxi, maçã, laranja, todas as frutas eram apanhadas dessa mesma árvore. Hoje virou um lugar de peregrinação e as pessoas escrevem seus desejos e os penduram nos galhos das árvores. Na volta, paramos em algumas lojas, pois nossos amigos queriam comprar para poder revender no Brasil. Entramos em um loja e eu tive de ser a intérprete. O pior é que eu é que tinha de negociar os descontos. Ainda bem que eu já estava mais acostumada a fazer isso e até que me saí bem. Em seguida visitamos uma loja de jóias em prata e pedras preciosas. Fomos muito bem recebidos, nos ofereceram assentos, toda aquela hospitalidade que eu já mencionei anteriormente. Nessa loja, eu gostei muito de um anel em prata, porém não tinha comigo todo o dinheiro para poder pagar. O rapaz da loja disse que não tinha problema nenhum. Eu poderia levar o anel e pagá-lo depois. Foi algo tão inusitado que até minha colega, que não fala inglês, perguntou porque ele estava demonstrando tanta confiança assim
Após o almoço, o passeio continuou. Pedimos a um motorista de rickshaw que nos levasse até um museu. Ele disse que nesse dia o museu estava fechado, mas se nós quiséssemos, ele nos levaria para conhecer outros lugares das redondezas. Perguntamos quanto seria pelo passeio, e ele disse que no final acertaríamos.... Subimos no rickshaw e saímos....foi um passeio muito legal, ele nos levou a alguns templos bem afastados, pudemos ver os arredores da cidade, outros vilarejos....
As crianças, quando nos viam, começavam a gritar e a abanar as mãos, toda empolgadas....todos ficavam nos olhando muito, o famoso efeito ET. Antes de terminar o passeio, pedimos ao motorista que nos levasse para conhecer o Hospital de Superespecialidades. Esse hospital é muito famoso entre os devotos de Sai Baba, pois oferece todo o tipo de antendimento médico sem cobrar nenhum tipo de taxa. Lá são realizadas operações cardíacas gratuitamente. E além disso, a construção é lindíssima, lembrando mais um palácio do que um hospital.
Bem, ao final de nosso passeio, perguntamos ao motorista quanto tinha sido o passeio todo. Ele disse que a gente poderia dar o que a gente quisesse. Resolvemos dar então 200 rupias. Ele ficou indignadíssimo, dizendo que o passeio valia no mínomo 500 rupias, etc....Eu disse a ele que se ele já sabia o valor do passeio, ele poderia ter dito desde o início, e que não fazia sentido ele dizer que a gente estipulasse o valor se ele não fosse aceitá-lo. Para encerrar a discussão, demos a ele 300 rupias e fomos embora. Deu pra notar que ele não ficou nada satisfeito e ficou ainda tentando chamar nossa atenção e reclamando com outras pessoas. Nós o ignoramos e voltamos para o ashram.
Pude notar que muitos homens indianos pintam o cabelo, principalmente os mais idosos. E a tonalidade é algo bem surreal, um vermelho, meio ruivo, que vai ficando desbotado. Vi muitos homens com os cabelos assim e achei muito curioso. Outra curiosidade foi ver os homens, principalmente os jovens, andando de mãos dadas. Sim, mãos dadas, entrelaçadas. Também achei essa demonstração de afeto meio estranha, talvez seja o mesmo estranhamento que um casal de namorados andando de mãos dadas cause a eles.
Nossos dias em Puttaparthi estavam terminando. Em breve retornaríamos ao Brasil.
Por conta do nosso retorno, fomos procurar um motorista que nos levasse a Bangalore para já deixar reservado o dia e horário. Finalmente, chegou o dia de partir. Fui ao ashram pela manhã para participar do darshan e, na hora do almoço, partíriamos rumo a Bangalore. No horário combinado nosso motorista chegou. Ao descermos do nosso quarto com as malas, resolvemos não chamar os carregadores e nós mesmos descermos de elevador com elas. Ao chegar no saguão, como eles já sabiam que estávamos de partida, vieram todos nos ajudar, inclusive se mostrando muito indignados por não termos pedido ajuda. Ao perceber isso, resolvi colaborar e deixar a senhora magrinha levar minha mala. Era uma mala pequena de rodinha, então não teria problemas. Mas a senhora era muito magrinha e mesmo pra puxar a mala ela tinha alguma dificuldade. Mas ela não aceitou que eu a ajudasse e fez questão de levar a mala até o carro. Eu fiquei novamente muito embaraçada, me sentindo uma aproveitadora, mas resolvi deixar, já que ela estava tão decidida. Ao final, demos gorjetas a todos eles e seguimos nossa viajem rumo a Bangalore.
Novamente eu e Daniel pegávamos a estrada na Índia. Dessa vez já estávamos mais relaxados e aproveitamos mais a paisagem. Lá pela metade da viajem, o motorista resolve fazer sua parada estratégica. Perguntamos se ele ia almoçar e ele disse: “Almoçar? Não. Agora está na hora do chá.” E mais uma vez eu e Daniel ficamos sentados no carro esperando o motorista fazer seu lanche para que continuássemos nossa jornada.
Ao chegarmos em Bangalore, ele nos levou para conhecer a loja Kemp Fort que, nos fundos, tem uma estátua lindíssima, gigantesca de Shiva, com direito à deusa Ganga na cabeça e tudo.
Não sei se foi por sairmos do ashram, o qual tem uma aura de paz indescritível, ou se por causa da viajem de mais de 3 horas, mas estávamos nos sentindo extremamente cansados. Nosso motorista até sugeriu de nos levar para outros pontos interessantes em Bangalore, mas preferimos ir para o hotel e dormir, pois estávamos exaustos. Como só iríamos embarcar para o Brasil no dia seguinte à noite, ainda teríamos algum tempo para ver a cidade.
Dessa vez, o hotel que ficamos era bem mais modesto em relação ao primeiro que ficamos em Bangalore, na nossa chegada, porém muito confortável. O único detalhe é que, no andar em que ficamos parecia haver uma família morando em vários quartos. Todos ficavam com suas portas abertas, falando alto. As crianças corriam, gritavam, choravam. Do lado de dentro do quarto, dava pra ver um fogão no chão e uma panela enorme sobre ele. A impressão que deu é que era uma família muito grande, cada uma em um quarto, mas que ficavam com as portas abertas para se falarem mais à vontade. Algo muito estranho.
Resolvemos dar um passeio a pé por Bangalore, pois estávamos a um quarteirão de uma das ruas mais movimentadas e que concentra muitas lojas ao estilo ocidental, inclusive com um Mc Donalds.
Passeamos muito por essa rua, fizemos boas compras também. Antes de retornarmos ao hotel para pegar as malas pra ir pro aeroporto, resolvemos ir a um cyber café para fazer o web checkin. Chegamos em uma espécie de shopping ou galeria, entramos no cyber café e o funcionário nos indicou o computador que poderíamos usar. Ficamos lá por, no máximo, 30 e, ao sairmos, o funcionário tinha desaparecido! Não havia mais ninguém na loja, nem o funcionário. Ficamos lá, sem saber o que fazer. Pensamos que ele tivesse saído pra almoçar, mas ficamos preocupados em sair sem pagar, afinal, alguém poderia achar que estávamos querendo nos aproveitar, ou algo do tipo. Resolvemos esperar um pouquinho....mas nada de ninguém aparecer! Por fim, resolvemos ir embora assim mesmo, sem pagar.
A noite chegou e, com isso, nossa jornada indiana terminava. Saímos de lá com certeza de que esta foi apenas uma visita breve e que futuramente iremos novamente, para aproveitá-la e conhecê-la melhor. Saímos de lá com um gostinho de saudade. Foi maravilhoso conhecer esse país inusitadíssimo, belo, rico