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05 setembro 2008

Cavalos Humanos









Namaskar

Entra ano, sai ano e a controversia continua....

Todos os anos o governo da cidade de Calcuta diz que vai acabar com os riquixas movidos a ser humano e conhecidos como "Human Horse", ou seja, "Cavalos Humanos", e este ano nao eh excecao.

Novamente o governo de Kolkata (antiga Calcuta), esta ameacando proibir este tipo de transporte.

Calcuta, eh o unico lugar na India onde ainda existem os riquixas puxados a ser humano.

Mas antes de voce dar sua opiniao e deixar seu comentario, por favor preste atencao no que vou explicar...

Os riquixas puxados a cavalos humanos eh o UNICO sistema de transporte que NAO para na epoca das chuvas, e aqui chuva eh chuva mesmo! Sao as famosas Moncoes!!!!

Quando a cidade alaga, so os cavalos humanos continuam trabalhando. Agora image que voce adoeceu ou seu filho esta passando muito mal ou seu marido teve um infarte, quer queira quer nao, voce precisa usar um destes riquixas ate chegar ao hospital mais proximo.

Outra coisa muito importante, eh que o governo quer acabar com eles porem NAO quer oferecer uma outra opcao de trabalho para eles.

Os puxadores de riquixas morrem de medo de acabarem virando mendigos e terem de viver pedindo esmola.

Eles se orgulham do trabalho que fazem, pois apesar de ser um trabalho pesado e pouco remunerado (custa 5 rupias = 20 centavos de Real), eh um trabalho honesto ganho literalmente com o suor do rosto.

Estes puxadores de riquixa ja vivem em favelas sob condicoes sub-humanas e sua unica dignidade eh seu trabalho.

Em termos mais amplos, a India tem se esforcado muito por vender a imagem de um pais em crescimento economico e a imagem de senhores idosos, pele e osso, puxando riquixas nao ajuda em nada a imagem de pais desenvolvido que a India tenta passar para o mundo.

Os proprios indianos dos outros estados se envergonham disto e dizem que em pleno seculo 21 isso nao deveria mais existir. Os indianos do norte e das cidade grandes como Delhi sentem-se humilhados com esta situacao de Calcuta e gostariam de ver o fim dos cavalos humanos.

Todos os anos eh o mesmo debate e a coisa continua....

Nao esquecamos da parte pratica, este sistema de transporte eh lento e atrapalha muito o transito. Imagine voce com pressa de ir trabalhar e seu carro esta justamente atras de um riquixa destes!!!


Incredible Calcuta!

Incredible Cavalos Humanos!

Incredible India!


Om Shanti



27 maio 2008

Miniatura de Autoriquixa

Namaste


Clique no botao do lado esquerdo para assistir ao video.


15 junho 2007

RESPOSTAS

Nâmaskar

Hoje é dia de Respostas.

Vou começar primeiramente mandando beijos e muito carinho para os seguintes leitores:
Vera, Pedro, Elci, Lu, Valmir, Tati Mahal, Rosa, Lakshimi, Isabela, Jackson, Barbara, Jansen, Júlio, Rose, La brasilienne, Sónia de Portugal, Karina, Jackie da Indonésia, Paula, Elaine Predis e Fada. Beijocas com sabor de ahimsa para todos vocês!!

***
Que bom que você gostou de acompanhar o resumo detalhado da Autobiografia de Gandhi. Foi um projeto grande e trabalhoso mas eu adorei faze-lo e compartilha-lo contigo. Só minha tendinite que não gostou nada da idéia. Aiiiiii, tá doendo.... :(

Infelizmente Gandhi não escreveu mais sobre sua vida após 1927, quando a Autobiografia foi publicada. Mas deu para ter uma idéia de que ele foi um homem em constante mudança interior. Uma pessoa que se esforçou por melhorar. Uma metamorfose ambulante.

Gandhi era leitor da bíblia e creio que deve ter se inspirado em Mateus 5:48, assim como Lucas, 17:21, pois está claro em sua Autobiografia, sua busca por um constante aprimoramento.
Hoje quero deixar aqui um agradecimento especial a Silvana Pereira que tem tido a gentileza de revisar as postagens do Indiagestão. Há muito tempo eu sonhava em ter alguém que revisasse o blog e ela espontaneamente começou este trabalho.
Silvana, MUITO obrigada amiga!!

Também deixo aqui registrado meu carinho e
agradecimento ao Kaká que prestou uma homenagem
ao Indiagestão.

http://dornasberg-gls-mundi.blogspot.com/search/label/HOMENAGENS
Vera: “Obrigada por seu karma yoga de nos escrever, todos os dias!”.
Por nada Vera, o prazer em escrever para você é todo meu. E aproveito para avisar que doravante não estarei mais escrevendo aos sábados, justamente por causa da bursite e tendenite que estão piorando.
Vera, estou aguardando seu email sobre o blogger....

Lakshimi: Isso mesmo, “No filme deu a impressão que a esposa dele sentiu um pouco o seu voto de castidade.” Além do que ele tomou a decisão sem consulta-la e só a avisou bem na hora de fazer o voto. Só porque ela não tinha estudo, Gandhi a tratava com pouca consideração. Triste :(
Isso mesmo, só a “massa” entra no Ganges para tomar banho todos os dias, na verdade o pessoal casta baixa não tem água em casa para se lavar; muitos nem casa tem. Eu nunca tive coragem pois além de fezes, urina e animais mortos como vacas, cavalos, cachorros etc, eles ainda jogam as cinzas dos falecidos e pior ainda, os pedaços de corpo que restam pois é difícil queimar tudo nas piras tradicionais; sempre sobra um pé, cabelo, umbigo e outras partes que são mais difícil de queimar. Se estiver ventando ou se for a épocas das chuvas de monções então.....
Assistência do Alto não me falta Lakshimi. Sou muito próxima deles, devo tudo a eles.
As pessoas confundem espiritualidade com ritualismo. Os indianos são muito ritualistas, adoram e fazem elaborados e prolongados rituais, mas fé no coração que é bom....... e essa garotada nova agora então?!!! Tem garoto se matando literalmente porque o telefone celular (telemóvel) é antigo, o pai não pode comprar um destes novos celulares com câmara, mp3, wap etc. Quem são os capitalistas??? ;)
Obrigada pela informação quanto ao museu Zoroastro de Goiânia, agora faz mais sentido.
Já que você gostou da oração parsi, veja esta que é minha favorita.

Elci: Eu nunca andei no teto do trem, mas andei na porta, uma delícia sentir o vento batendo no rosto, mas atualmente prefiro ir mesmo na AC2Tier. Preciso de um mínimo de conforto.
Le Brasilienne: O Chandra Mohan já foi solto mas vai responder por crime de incitação a violência por racismo. O cara deu uma de esperto e queria mesmo era publicidade, por isso que el fez isso. Espertinho ;)

Jackson: Agradeço os elogios ao Indiagestão. É muito gostoso ver o nosso trabalho reconhecido. Fiquei toda orgulhosa que você linkou o Indiagestão ao seu blog. Obrigada!!
Eu sempre enxerguei o lado bom da Índia e por isso mesmo estou aqui e pretendo continuar por mais um tempo.

Pois é, você não viu a entrevista que eu dei para a televisão. Eles vieram em casa gravar a entrevista que passou aí no Brasil no dia 2 deste mês a noite, horário nobre (chique né). Também dei uma entrevista para a rádio. Se você tiver paciência de procurar, a entrevista da televisão está no site da Radiobrás www.agenciabrasil.gov.br mas o website é lento por ser muito pesado.

Pedro: Obrigada pela dica do livro “Esta Noite a Liberdade”; infelizmente como já sabemos indianos (não importa a religião), não tem nada de pacifista. Você precisa ver as tias, tios e mãe do meu esposo contando os horrores da guerra civil entre hindus e sikhs contra os muçulmanos na época da divisão. Muito triste.
E por falar no livro “Esta Noite a Liberdade”, você sabia que o presidente Lula leu este livro? Pois é, pelo menos foi o que ele disse.

Sónia, Lakshimi, Valmir, Pedro, Não é que faltam boas idéias para solucionar o caso dos “cavalos humanos”, na verdade falta boa vontade. O governo aqui não é paternalista; não dá nada para ninguém não. Afinal num país de mais de 1 bilhão de pessoas nem dá para ser paternalista. Dar uma pensão como a Sónia sugeriu está fora de cogitação, afinal são 18 mil puxadores de riquixá. Adaptar o riquixá a uma bicicleta com certeza é a melhor solução. Mas quem vai pagar por 5 mil bicicletas???? O governo é que não vai.
Agora faça as contas, 18 mil cavalos humanos para 5 mil riquixás, como pode?
Simples, os riquixás não pertence a maioria dos puxadores, a coisa funciona como nos taxis de frota. O puxador de riquixa tem que pagar uma certa quantidade ao dono do riquixa e o que sobrar é dele. A coisa é muito mais séria do que você possa imaginar.
Om Shanti

12 junho 2007

Riquixá movido a ser humano

Imagine só eu gorda sendo puxada por um destes homens magrinhos. Sem cabimento!!

Deus me deu pernas e por isso eu ando...

Leia abaixo matéria sobre os "cavalos humanos"

Cavalo Humano

Segundo os moradores de Calcutá, os riquixás movidos a ser humano são o meio mais eficiente de transporte, visto que Calcutá é uma grande favela e possui vielas muito estreitas.

Cavalos Humanos


Namastê

Fim dos riquixás põe em risco empregos na Índia

Debarati Roy

Há cerca de 18 mil puxadores de riquixás em Kolkata, (antiga Calcutá) a única cidade no mundo ainda servida pelos denominados “cavalos humanos”.

É desumano que, em nossos dias, uma pessoa transporte outra”, diz o prefeito Bikash Bhattacharya, de 55 anos, membro do Partido Comunista da Índia (marxista), que governa Bengala Ocidental. “Já fizemos tantos progressos. Agora queremos tirar os riquixás das ruas.”

(Na verdade os indianos mais civilizados sentem vergonha dos “cavalos humanos” de Calcutá. Riquixás puxados a seres humanos não condiz com a imagem da India “espiritualizada” que o governo vendia nas décadas de 70 e 80 e muito menos com a falsa imagem da India “moderna e em desenvolvimento” que o governo tenta vender agora para os ocidentais).

“No início, nosso governo empenhou-se a fundo na defesa de agricultores e outros segmentos pobres da sociedade”, diz Jyoti Basu, 94 anos, que aposentou-se em 2000 após 25 anos no cargo de ministro-chefe de Bengala Ocidental. “Demoramos para atrair investimentos, e agora nos damos conta de que necessitamos de verbas para erradicar a pobreza no Estado.” (Os comunistas estão virando capitalistas).

Foi em 1984 que Basu pela primeira vez liderou as tentativas de proibir a atividade dos puxadores de riquixás, os “rickshawalas”. Outras duas tentativas também fracassaram devido a protestos de sindicatos dos puxadores.

Desta vez, o Estado está determinado, diz o prefeito Bhattacharya. Os legisladores aprovaram um projeto de lei, em dezembro, proibindo a circulação dos estimados 5 mil riquixás em Kolkata. O plano é eliminá-los gradualmente.

“A visão de um ser humano puxando outros seres humanos com seus ombros em troca de migalhas não engrandece a imagem de Kolkata”, declarou o ministro-chefe Buddhadeb Bhattacharya, ao jornal indiano Tribune em 2005. (A verdade é que Calcutá é toda uma grande e feia favela. O lugar mais horrivel da India que conheci até agora e por isso mesmo foi escolhida pela Madre Teresa).

Os riquixás foram inventados na década de 1860 no Japão, onde eram denominados “jinrikishá”, ou, “veículos movidos por humanos”. Os veículos chegaram à Índia cerca de 20 anos depois, inicialmente em Simla. Na virada do século, comerciantes chineses estavam usando-os para transportar mercadorias e pessoas em Calcutá.

A China e o Paquistão proibiram os cavalos humanos meio século atrás.

Mas os riquixás continuam sendo a forma mais barata de transporte em Kolkata, a cerca de US$ 0,23 por quilômetro. Não fazem distinção de classe, casta ou religião.

“Os riquixás fizeram parte de minha vida”, diz S.B. Roychoudhury, administrador aposentado de uma plantação de chá em Kolkata. “É o único meio transporte que funciona mesmo sob chuvas pesadas em ruas inundadas.”

Os puxadores estão inseguros quanto ao que lhes acontecerá quando a proibição entrar em vigor. “Kolkata está adotando uma política antipobres”, conclui Jowahar, um puxador de riquixa, já na terceira geração. (O partido comunista da Bengala ocidental não quer mais saber de pobre, agora eles querem dinheiro. Viva o capitalismo!!)


Calcutá é o único lugar na Índia aonde ainda existe riquixá movido a ser humano, assim como aonde ainda existe bonde. Isso mesmo, se você quiser andar de bonde na India, só vai encontrar em Calcutá. Ir para Calcutá é como entrar no túnel do tempo de volta ao passado uns 100 anos no mínimo.

Não se pode chamar Calcutá de cidade pois não possui infra-estrutura. Na verdade é um aglomerado semi-urbano ou uma grande favela para deixar mais claro. Eu prefiro chamar Calcutá de ‘vila’.

Desde 1999 quando aqui cheguei que ouço esta estória do governo querer retirar os puxadores de riquixá das ruas, mas até hoje nada foi feito. A verdade é que eles não querem largar a profissão pois tem medo de virar mendigos e passar fome. Solidariedade e empatia com certeza não são o forte dos indianos e os puxadores de riquixá sabem bem disso.

Leia as matérias antigas que escrevi sobre este assunto e saiba mais sobre os cavalos humanos.


Em breve no Indiagestão, lista completa dos os livros escritos por Mahatma Gandhi; inclusive LIVROS ONLINE GRÁTIS para baixar. (em inglês)

Incredible India!

Om Shanti

05 março 2007

Verônica em Mumbai


Namastê

Ontem foi HOLI., o festival das cores aqui na Índia. Leia a postagem do dia 15 de março de 2006 sobre Holi neste blog.

Hoje temos a participação da Verônica que nos conta como foi sua experiência de 1 mês na cidade de Mumbai.

Oi Sandra,

A viagem para Índia foi uma aventura. Foi muito válida pelo curso que fui fazer, aprendi bastante e o pessoal foi muito legal mas quanto a cidade eu não diria o mesmo. Não sei como são as outras cidades da Índia mas Mumbai me deu a impressão de estar dentro de uma grande favela. As ruas, os edifícios todos muito sujos e mal conservados. A cidade cheia de corvos! Dá pra imaginar, CORVOS! A falta de higiene me incomodou muito! Outra coisa que também me deixava muito brava era o fato das pessoas (motoristas de taxi e de riquixá principalmente) ficarem o tempo todo mentindo quanto ao preço real das coisas. Por várias vezes fiquei a ponto de mandá-los para pqp! Pedir informação para um indiano era muito complicado, qualquer mínima pergunta virava uma bola de neve. Não sei se eles não respondiam porque não sabiam, porque não queriam, porque não me entendiam ou se era por maldade mesmo.

A comida é realmente muito apimentada mas não tive problemas, não exagerei, comia sempre um pouco de cada por dia e não comia na rua. Outro detalhe importante, papel higiênico, não é encontrado em praticamente nenhum banheiro só tinha no hotel e tinha também no McDonalds. Não percebi tanta religiosidade no povo e fico pensando como é que as pessoas vão para Índia em busca de paz espiritual.

Como diz o ditado "Vivendo e aprendendo". Pois bem, depois de ser enrolada algumas vezes logo fiquei esperta e comprei um mapa da cidade com uma tabela de preços de corridas de rickshaw junto e não descuidava do taxímetro porque se bobeasse eles não colocavam para funcionar!

É sempre útil andar com dinheiro bem trocado (10, 20, 50 Rúpias) pq você dá 100 Rúpias e eles invariavelmente dizem que não tem troco. Imagina se eles não tem troco para 100 Rúpias por uma corrida que custou 50-60 Rúpias? É claro que é mentira! Andei de ônibus por duas vezes, é bem baratinho mas normalmente estão sempre lotados. Também me aventurei no trem uma vez mas comparar com uma lata de sardinha é pouco de tão lotado!

Comprei o bilhete para "FIRST CLASS" achando que seria mais confortável mas a first class era porque no vagão só viajariam "LADIES" (mulheres). Menos mau! Mas lotado do mesmo jeito!

Tem ainda o problema dos mendigos. Eles são realmente irritantes, mas logo descobri que o segredo para não ser importunado é simplesmente ignora-los, passar reto e fazer como se eles não existissem pois a qualquer sinal de atenção sobre eles começa uma perseguição infernal ao longo de quase toda a rua! Portanto IGNORA-LOS é o point!

Comprei garrafas de água mineral de um litro a um preço que variou de 12 a 50 Rúpias. Assim não sei quanto custa uma garrafa de água mineral na Índia rsrsrs!

Sair para fazer compras era um exercício de paciência pois os vendedores simplesmente não te largam. Teve uma vez que um deles insistiu por tudo que eu comprasse uma roupa e baixou tanto o preço que quase me dava a roupa aí eu falei pra ele bem seria "olha, não é um problema de preço é um problema de necessidade e eu não estou precisando", não sei se ele entendeu mas me deixou em paz. Pedir informações na rua é arriscado que você vai parar no lado diametralmente oposto ao que você quer ir. Não pergunte a qualquer um, de preferência pergunte a alguém que esteja lendo um jornal (de preferencia em inglês) e mais de preferencia ainda a mulheres jovens e que estejam com algum livro na mão. Essas são "educated people" e saberão dar alguma informação. Isso eu aprendi depois de andar muito procurando determinados lugares. Ah! "educated people" significa que eles tem escolaridade, que sabem ler, só os "educated people" sabem falar inglês. O inglês deles é muito carregado mas com alguns dias a gente acostuma o ouvido. No começo a gente pensa que é outra língua!

Não sofri com o efeito ET, talvez porque Mumbai seja uma cidade muito grande, ninguém me importunou nesse sentido. Pelo curso que fui fazer a viagem valeu muito a pena aprendi bastante e confesso que talvez até volte, agora que já sei como sobreviver na Índia, mas não recomendo Mumbai como uma cidade bonita ou boa para fazer turismo pelo contrario a impressão que ficou foi de que a cidade parece uma grande favela, suja e mal conservada.

Esta foi a experiência de nossa querida Verônica na Índia que como tantas outras antecipou a passagem de volta ao Brasil. É sempre mais difícil para as mulheres adaptarem-se as condições tão primárias de vida que temos por aqui.

A impressão de que a cidade é toda uma grande favela, é a mesma que eu tive em Calcutá. Além de ser toda uma grande favela, Calcutá não é cidade mas sim uma vila.

Fiquei feliz por Verônica ter aproveitado bem seu curso, pois muitos que vem para cá fazer cursos entram numa grande fria e não aprendem nada, pois o que tem de charlatão por aqui é impressionante!!

Incredible India! (slogan do governo indiano)

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OM Shanti

13 novembro 2005

Kolkata


Nâmaskar

Hoje comento aqui o meu retorno à Kolkata (antiga Calcutá) depois de 2 anos.

Desde minha última visita a Kolkata em novembro de 2003, poucas coisas mudaram naquele lugar.

Foram construídos 2 viadutos e 1 shopping center com direito a Pizza Hut e KFC.

Os ônibus de madeira continuam os mesmos; assim como os bondes, que celebraram 125 anos de existência dia 1 de novembro deste ano. Os requixás movidos a humanos tambem continuam.

Novamente esse ano tentaram proibir esses requixás, mas os puxadores de requixás se recusam a parar de trabalhar por temerem o desemprego. Puxar requixá é seu único ganha-pão, do qual se orgulham e argumentam que é um trabalho como outro qualquer. Na verdade eles temem que sem puxar requixás, eles acabem se juntando aos mendigos e tenham de pedir esmolas.

No geral os puxadores são homens idosos pois já a muito tempo a prefeitura de Kolkata não fornece mais licenças para esse tipo de requixá.

Kolkata é a única cidade indiana que ainda possui esse tipo de requixá; assim como bondes. Kolkata proporciona a qualquer pessoa que se aventure até lá, uma verdadeira entrada no túnel do tempo. Se você for colecionador de antiquidades, Kolkata é seu paraíso e você com certeza deve conhecê-la.

Os guardas de trânsito continuam na ativa pois o número de semáforos (sinal luminoso) continua reduzido.

A poluição do ar está péssima e é difícil respirar em certas áreas. Tive que fazer como os indianos fazem, e amarrei um lenço no rosto para poder respirar menos poluição e parar de tossir.

Os carros da marca Embassador continuam sendo a maioria nas ruas estreitas de Kolkata, mas senti falta das motos antigas com um carrinho do lado (side car), será que foram proibidos? Acho tão interessante e pitoresco aquele carrinho que só cabe 1 pessoa grudado ao lado da moto. Se você não gosta de sentar-se no famoso “banco dos bobos” em ônibus aí no Brasil, você iria odiar sentar-se no tal carrinho.

Aos olhos do estrangeiro a impressão que temos é que a cidade inteira é uma grande favela. Construções muito antigas e sem preservação nenhuma; caindo literalmente aos pedaços, sujas, descascadas, úmidas, mofadas, onde até plantas crescem nas paredes e telhados.

Ruas estreitas, sujas, mal cheirosas, sem calçadas. Pessoas cozinhando nas calçadas, comendo, urinando, defecando, jogando cartas, tomando chá, dormindo, tomando banho, lavando roupa etc tudo em público, a céu aberto, sem a menor privacidade.

Isso tudo torna Kolkata muito interessante para se visitar, mas difícil para morar.

Incredible India! (slogan do governo indiano)

Om Shanti

20 agosto 2005

Navroz - Macacos - Venda de bebê


Namastê

Navroz é o primeiro dia do calendário Zoroástico.

É um dia de celebração para os seguidores de Zoroastro conhecidos como Parsis.

O Zoroatrismo é uma religião muito interessante com lindos fundamentos. Seus templos são conhecido como Fire Temple ou seja, Templo do Fogo pois você sempre encontra uma tocha de fogo acesa. Eu visitei o Fire Temple aqui de Delhi, mas algum dia gostaria de poder visitar o de Mumbai.

***

Como já escrevi anteriormente, o forte da Índia não é esporte. Ela tem um time de cricket que dificilmente vence qualquer campeonato, um time de rockey na mesma situação, um piloto de fórmula 1 que consegue ser mais lento que o Rubinho e pra completar, a atleta Neelam Jaswant Singh cujo marido é seu treinador foi pega pelo exame anti-dopping no campeonato mundial de atletas de Helsinki. A coisa vai mal aqui em termos de esportes.

***

Mani Rishidas da cidade de Agartala, deu a luz a um menino dia 10/08/2005 e o vendeu a um puxador de riquixá, cuja esposa não pode ter filhos, por 2 mil rúpias (112,00 Reais). Como o comprador é uma pessoa pobre, ele pagou 300 rúpias (17,00 reais) e o restante será pago em prestações.

A mãe do bebê ficou viuva quando estava no 6º mês de gravidez e vive em condições de miséria. A transação comercial foi selada na corte local mas as autoridades tentaram explicar a mulher que isso é ilegal, no entanto ela disse que o bebê era dela e ela preferia vendê-lo pois sabe bem que não pode sustentá-lo. O comprador e sua esposa foram embora felizes com o bebê no colo.

A venda de crianças aqui na Índia não é incommum; o que chamou a atenção nesse caso foi o bebê ter sido vendido a prestação.

Detalhe: O comprador disse que compraria o bebê somente se ele fosse um menino. O que também não surpreende visto que ninguém quer ter ‘filha mulher’.

***

A macacada continua solta em Nova Delhi e arredores. A vida está se tornando insuportável em certos bairros. Os macacos andam destruindo muitas coisas e machucando as pessoas. Já entraram até dentro de certos escritórios do governo e destruíram e bagunçaram todos os papéis e documentos. O governo explica que é época de acasalamento e que por isso a macacada anda ainda mais agitada.

Ainda bem que aqui no bairro onde eu moro não temos problemas com os macacos; temos apenas problemas com as vacas, ratos, baratas, corvos e cachorros! Quero passar bem longe desses macacos violentos.

***

Em 2006 o Taj Mahal terá não somente circuito interno de TV mas também aparelhos de Raio X, para proteção contra ataques terroristas. O governo já avisou que vai aumentar o preço da entrada para os indianos de 20 rúpias para pelo menos 35 rúpias (2,00 reais) e para os estrangeiros de 750 rúpias (42,00 reais) para só Deus sabe quanto!

Quando eu fui ao Taj em 2001 eu paguei 800 rúpias.

INCREDIBLE INDIA!

Om Shanti

19 agosto 2005

Raksha Bandhan e Riquixá



Namastê!

Hoje os hindus celebram Raksha Bandhan ou Dia do Irmão.

Na verdade Raksha Bandhan significa ‘união de proteção’. Essa celebração acontece na lua cheia do mês de Shravan.

As irmãs amarram um Rakhi no pulso direito dos irmãos, preparam e servem-lhes comidas e doces, dão-lhes presentes e rezam para que tenham vida longa.
O Rakhi é um tipo de pulseira de cordão trabalhado em macramé com desenhos e decorações.

Antes que vc me pergunte, a resposta é NÃO, não há o ‘Dia da Irmã’, apenas do irmão. Machismo puro.

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Ontem, 500 bombas estouraram quase que simultaneamente por toda Bangladesh, país vizinho a leste da Índia. O país é pequeno e é dividido em Distritos e não estados como no Brasil e na Índia. Bangladesh tem 64 distritos e 61 deles sofreram atentados a bomba entre 11:00 e 11:30 hs. Morreram 4 pessoas e centenas estão feridas. Até o momento ninguém assumiu a autoria pelos 500 atentados simultâneos.

Infelizmente os países vizinhos a Índia são muito instáveis e possuem muitos grupos terroristas causando sempre apreensão entre os indianos e a todos nós que aqui vivemos. O Paquistão já é internacionalmente conhecido por suas 'escolas' de terrorismo. Sri Lanka também sofre com grupos locais terroristas e a situação também é séria no Nepal que fica ao norte da Índia.

***

Agora encontra-se nos jornais e revistas propaganda do KNOCKOUT, spray de pimenta (
***

Você que acompanha o blog leu uns dias atrás que um homem havia recebido uma sentença de 7 anos por estupro, pois bem, a sentença foi reduzida para 24 horas pelo juíz; uma vez que o estuprador é que sustenta a família dele, o juiz entendeu que ele não deve ficar preso pois se não a família iria passar fome.

Houve também um outro caso em que o juiz reduziu a sentença de 7 anos para 45 dias pelo mesmo motivo. Aqui a lei é patriarcal e machista. A culpa é sempre da vítima e nunca dos estupradores. A maoiria não são presos e se são presos pegam penas leves ou reduzidas como essas que acabei de citar. Acredita-se que é sempre a mulher que seduz o homem e portanto a culpa é dela; sendo que aqui na Índia as mulheres andam todas cobertas de panos, não usam mini-saias, shorts, bermudas, bikini ou maiô etc e entram no mar de roupa.

***

Mais uma vez está se tentando acabar com os riquixás puxados por homens.

Desta vez estão usando “base humanitária” para se acabar com essa “humilhação” segundo o governo de Calcutá (atual Kolkata). Kolkata é o único lugar da Ásia onde ainda existe o riquixá puxado a ser humano.

Os puxadores de requixás são 80% imigrantes ilegais vindos de Bangladesh (país vizinho), segundo dados estatísticos do governo, 10% são dos estados de Bihar e Orissa e apenas 10% são bengaleses. Os puxadores estão temerosos quanto ao seu futuro e dizem que é seu ganha-pão e tem orgulho de terem uma profissão. Eles temem virarem mendigos e estão muito preocupados com o que vai acontecer com eles e como sustentarão suas famílias.

Ainda me lembro quando cheguei aqui pela primeira vez em 1999 o susto que levei ao ver que em Kolkata ainda existia esse tipo de requixá. Nunca tive coragem de pegar um deles embora me tenha sido dito que se não usarmos seus serviços eles passam fome.

Um requixá movido a bicicleta custa cerca de 8 mil rúpias = 445,00 Reais; o que é uma “fortuna” para quem sobrevive em condições de quase miséria.
INCREDIBLE INDIA!

Om Shanti
http://www.knockoutspray.com/), a polícia da cursos rápidos de auto-defesa (Self-Defense) para as moças nas faculdades e publica nos jornais sugestões tipo: “não saia sozinha, evite lugares escuros e isolados, não sai de casa após as 20:00 hs”. Mas isso é muito pouco para coibir os estupros, que no geral são feitos por grupos de homens que planejam com antecedência seus ataques.

Como uma moça de 15 anos vai se defender contra 8 homens???? Isso aconteceu dentro de um ônibus 2 dias atrás. Já pensou no risco de AIDS e outras doenças? Como um homem tem coragem de colocar o pênis dentro de uma vagina que acabou de receber esperma fresco de 7 homens antes dele? A moça é tratada como um reservatório de esperma, um poço!!