30 de novembro de 2007

Quadrinhos Rurais



Namaskar

Para mim a reportagem abaixo eh muito importante, pois enquanto se fala de crescimento econômico na Índia, NAO se explica que este crescimento eh só nas zonas urbanas e que a zona rural continua totalmente esquecida.

Mas você leitor do Indiagestão não deve esquecer nunca que 60% da população indiana viva na zona rural. E 60% de mais de 1 Bilhão de pessoas eh MUITA gente!!!!!!!!!!!!!

Om Shanti

Na Índia, história em quadrinhos ajuda a mostrar a vida como ela é

O cartunista Sharad Sharma circulou por comunidades espalhadas pela Índia para ministrar oficinas de história em quadrinhos que discutem temas cotidianos dos moradores como violência, discriminação de gênero e corrupção

Por Fernanda Campagnucci

Tudo parecia distante do vilarejo indiano isolado e de casas esparsas que fica na fronteira com o Paquistão. O próprio cotidiano marcado por problemas como a pobreza, a violência contra as mulheres e a discriminação, entretanto, acabou aproximando os moradores de um universo inusitado: o das histórias em quadrinhos (HQs). A ponte entre esses dois mundos foi construída numa das 150 oficinas realizadas pelo método Comics Power (Poder dos Quadrinhos, em inglês), criado pelo cartunista indiano Sharad Sharma.

Há oito anos, ele percebeu que a mídia comercial não se interessava com as questões do campo, longe das grandes cidades na Índia, Paquistão ou Sri Lanka: "Os jornais e as televisões se interessam, principalmente, por políticos e famosos, pessoas da elite ou classe média, sempre focando na vida da cidade". Com os altos índices de analfabetismo da região e a dificuldade de acesso aos grandes jornais, a linguagem dos quadrinhos "pegou". De acordo com o cartunista, a maioria da população (60%) não é representada na mídia.

O método aplicado por Sharad Sharma é simples. Os moradores se reúnem e contam suas histórias de vida e discutem temas do cotidiano. "As pessoas vinham com histórias fantásticas. Não era necessário ficar ensinando o que é direitos humanos ou questões de gênero. Isso é o que eles estão vivendo", explica.

Naquela cidade da fronteira, ele vê o exemplo do poder de simples histórias em quadrinhos. a "Nas primeiras oficinas, nenhuma menina participava. Então começamos a discutir: por quê? É o sistema local dos vilarejos, chamado Pardah, que existe não somente nas cidades muçulmanas, mas também nas cidades hindus? Por que as meninas não vão à escola?", relembra. Seis meses depois, os mais de 400 desenhos colados e distribuídos pelo vilarejo mobilizaram a população local em torno da questão. Os próprios moradores classificaram o feito de "milagre".

"Isso que é desenhar?"
Com a ajuda de técnicas básicas de desenho, muita gente acha que achava que nunca seria capaz de desenhar começa a traçar os círculos e linhas. E as pessoas se soltam. "Ah, isso que é desenhar?", brinca Sharad, imitando a reação mais comum entre os participantes das oficinas.

Nas viagens que o cartunista e os colaboradores do projeto fizeram pelo país, surgiram os mais variados temas da vida dos camponeses: alcoolismo, poluição, corrupção no sistema de distribuição de comida e nas administrações locais.

Transformação
Eles não são dependentes de ONGs e de agências internacionais. Não precisam de equipamentos caros. Tudo o que necessitam é de lápis, papel e fotocópias, sem as preocupações recorrentes da distribuição de publicações em massa. Segundo Sharad, a distribuição local de apenas centenas de exemplares é importante e pode transformar a realidade de uma comunidade. "Um garoto fez uma história em quadrinhos sobre a falta de eletricidade em sua cidade. Tirou fotocópias, deu uma para o engenheiro junior da companhia elétrica da cidade e distribuiu para todos. Quando voltamos lá, depois de um tempo, a companhia tinha visitado o local e já havia luz", conta.

Ele lembra ainda do caso de Jaduguda, região rica em urânio. "Não é uma mineração científica, as pessoas extraem urânio a céu aberto e estão morrendo por causa da radiação", relata. Um empregado da Corporação Indiana de Urânio decidiu parar de trabalhar ali para fazer quadrinhos e sensibilizar as pessoas.

Visibilidade
Agências de publicidade que promovem campanhas na Índia contratam artistas para desenhar seus cartazes, mas muitas vezes esquecem da diversidade dos povos e das culturas indianas. "O artista está sentado desenhando em um escritório, mas não tem idéia do que se passa no Leste, ou no Sul, ou no Nordeste", descreve o ativista. As roupas, os dialetos, os costumes mudam de região para região. E só as pessoas do local são capazes de captar essas diferenças, continua. "As pessoas não imaginavam que os personagens dos quadrinhos pudessem ser feitos em suas próprias línguas".

Além da falta de interesse, o cartunista aponta a auto-censura dos jornalistas indianos como motivo da ausência das questões do campo nas publicações diárias: "Há uma espécie de proibição em se falar de direitos humanos. Se você escreve sobre a Caxemira, por exemplo, os jornalistas começam a ser chamados de pró-paquistaneses ou agentes daquele país".

No Sri Lanka, as histórias em quadrinhos deram início a uma grande campanha de denúncia da violência contra mulheres. Assim como folhetos publicitários são inseridos entre os cadernos dos grandes jornais, os ativistas decidiram tentar a estratégia com as tiras. Sharma conta que os veículos começaram a publicar essas histórias, diante da reação positiva dos leitores. "Antes, não havia uma linha sobre essas pessoas nos jornais", comemora.

Sharad Sharma veio ao Brasil para participar do VII Colóquio Internacional de Direitos Humanos, que aconteceu em São Paulo do dia 3 ao 10 de novembro. Apesar de ser a primeira vez que vem à América Latina, Sharma não consegue explicar um detalhe "estranho": esse é o continente que mais acessa o site do projeto, que reúne alguns exemplos dos quadrinhos produzidos. Curioso, ele vai realizar duas oficinas neste mês - uma em São Paulo e outra em Fortaleza. Quem sabe, durante esse contato direto com as pessoas, ele possa descobrir o porquê de tamanha popularidade entre o público latino.

29 de novembro de 2007

Uma revolução na Índia: a expansão econômica gera mobilidade social


Paul Beckett, Krishna Pokharel e Eric Bellman,
the Wall Street Journal,
de Nova Déli e Mumbai
28/11/2007










"Meu filho teria seguido meus passos dez anos atrás",
diz Sanjaya Sharma, de 39 anos. Ele trabalha, como
seu pai trabalhou, num crematório às margens do
Rio Yamuna, em Nova Déli, onde piras funerárias
abertas ficam sobre cem vigas de concreto. O trabalho
de Sharma é garantir que os corpos estejam
totalmente cremados e, se os filhos do defunto
não estiverem disponíveis, furar crânios com uma
vara num ritual sagrado hindu. Um dos trabalhos
mais humildes da sociedade indiana
paga a Sharma 200 rupias, ou cerca
de US$ 5, por dia.

Agora, o pai de cinco filhos diz: "Não quero que meus filhos façam o
que eu faço. Quero que entrem para o mundo dos negócios, se
eduquem, tenham uma profissão respeitável, aprendam
computação e ganhem seu sustento." Sharma e sua mulher
estimulam a filha mais velha, Khushboo, de 14 anos, a ter boas
notas na escola. Khushboo afirma que quer "ter um bom emprego
no setor privado em Bombaim ou na América", usando o nome
antigo da cidade de Mumbai.

Essa nova sensação de possibilidade entre os indianos, muitos
dos quais nas classes mais baixas, é uma das mais profundas
conseqüências sociais do grande despertar econômico deste
país de 1,1 bilhão de habitantes.

O crescimento econômico tem sido, em média, de 8,6% ao ano
nos últimos quatro anos, uma taxa que, se sustentada, dobraria
a renda média em dez anos. Empresas indianas estão comprando
rivais ocidentais. Levas de profissionais indianos, por sua vez,
estão voltando do estrangeiro por enxergar aqui mais chances
de sucesso empreendedor. Indianos mais pobres estão
mudando de vilarejos para cidades em busca de novos
empregos e vida melhor.

Dados demográficos sugerem que o boom econômico da Índia vai continuar. Cerca de um terço da população do país tem menos
de 15 anos. Nos próximos cinco anos, a Índia será responsável
por quase 25% do aumento da população em idade de trabalho
no mundo, segundo um relatório de outubro do Banco Mundial.
A população da China, em comparação, está envelhecendo depressa: prevê-se que sua população em idade de trabalho vá cair de 67% do
total em 2000 para 57% em 2050, segundo outro estudo do Banco Mundial, divulgado em setembro.

A Organização para a Cooperação o Desenvolvimento Econômico
declarou recentemente que a Índia se tornou em 2006 a terceira
maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China,
com base na paridade do poder de compra, que ajusta as taxas
de câmbio para equalizar o custo de produtos em diferentes países.

A recente ebulição da Índia contrasta com os trágicos aspectos
deste país tão antigo. Muitos de seus habitantes rurais, que
representam cerca de 70% da população, ainda vivem sob
uma pobreza brutal. Subnutrição, mortalidade infantil e
outras doenças são comuns, especialmente no campo,
porque vários governantes deixaram de investir em saúde
e muitos fundos públicos e de organizações assistenciais
destinados aos pobres são desviados pela corrupção.

E não é a primeira vez que a Índia sente esse tipo de otimismo.
Quando o país se tornou independente, seus líderes acreditavam
que a nação poderia garantir para si um papel único como uma
democracia secular e tolerante, especialmente se a mão firme
do Estado estivesse no timão da economia. Desde então, a
estabilidade da Índia tem sobrevivido à turbulência que
freqüentemente assola o vizinho Paquistão, que se tornou
independente no mesmo ano. Mas o desempenho econômico
da Índia nas décadas após a independência foi tão ruim que
se tornou conhecido pejorativamente como a "taxa hindu
de crescimento".

A Índia também já teve fases de rápido crescimento econômico
antes. Foram três só nos anos 90, mas o boom acabou quando
veio a crise financeira da Ásia.

Mas há pouco que se compare com o que está acontecendo em
grande parte do país hoje - mudanças que estão alterando a
maneira como as pessoas vivem e suas aspirações. Empresas
de turismo doméstico estão batendo recordes de reservas.
Um anúncio da IFB Industries Ltd., uma fabricante de
máquinas de lavar, secadoras e microondas, mostra uma
jovem sorridente olhando para uma planilha em seu
laptop. "Preocupada com o trabalho da casa?",
pergunta o anúncio. "Liberte-se com IFB."

As oportunidades abertas para jovens indianos são vastas
agora em comparação com poucos anos atrás, e vão
muito além de informática e call centers. Novos setores
inteiros, livres do controle estatal, oferecem uma novo
e mais amplo leque de opções.

"Na minha comunidade, você só podia ser engenheiro ou médico",
diz Sunil Ji Bhat, de 22 anos, um membro do Kashmiri Pandit,
grupo de Brahmins de Caxemira, uma localidade predominantemente
muçulmana. Sob o antigo, mas ainda influente, sistema de castas,
os Brahmins estão no topo. As castas de guerreiros, mercadores e
operários ficam para baixo. "Agora, novas coisas estão
aparecendo: seguros, jornalismo, administração de hotéis, e
os jovens são muito atraídos para esses novos campos."

*

Para mim este artigo esta otimista demais. Eh a famosa propaganda indiana que tenta vender a você ocidental uma imagem da Índia que na realidade NAO existe; assim como ocorreu na década de 60, 70, 80 e 90 quando te venderam a imagem de uma Índia espiritualizada que também não existe.

Naquela época "esqueceram" de te contar que a Índia espiritualizada mata os fetos e os bebes femininos, mata as viuvas de fome ou de sati, pratica sacrifícios humanos e animais, permite o casamento infantil e de crianças com adultos etc....

Agora estão se esquecendo de te contar que a economia esta baseada na FOME e na EXPLORACAO infantil e de adultos que trabalham como escravos por somente 1 prato de comida e 200 rupias por mês (10 Reais)

Um pai sonhar em um futuro melhor para seu filho nao eh crime, mas isso tornar-se realidade eh bem diferente....

Foto: Mulher dalit varrendo fezes de esgoto a ceu aberto.

28 de novembro de 2007

Feira de Utilidades Domesticas

Namaste

Meu gato Tigu voltou para casa são e salvo :)

***

Ontem fui visitar pela primeira vez a International Fair que ocorre aqui em Delhi todos os anos no mês de Novembro.

Se você for de São Paulo você já deve ter ouvido falar de uma feira de Utilidades Domesticas (UD) que ocorria todos os anos no Anhembi, a famosa UD. Pois bem, esta feira indiana eh exactamente 15 vezes maior que a UD do Anhembi.

Isso mesmo, 15 vezes maior, sem exageros, pois são 15 galpões de exibição. Se você achava que o Expo Center Norte com seus 4 galpões (Vermelho, Azul, Verde e Amarelo) eh grande, você com certeza nunca esteve no Pragati Maidan em Delhi.

Para se locomover de um galpão ao outro ha micro ónibus eléctricos para transportar as pessoas.

Eu fique 5 horas lá e só consegui visitar 2 galpões; ficaram faltando 13.

Apesar de não gostar, acabei comprando uma maçã do Afeganistão só por causa de seu tamanho gigantesco. Imagine que com apenas esta única maçã fiz uma torta de maçã!!!

A Romã, também do Afeganistão, pesa meio quilo! Comprei uma mas não sei o que fazer com ela. Só comprei porque achei linda estas frutas tão gigantes de um país ainda mais pobre e sofrido do que a Índia.

Fora isso, a outra coisa que merece destaque são os selos comemorativos de Gandhi e seu movimento de Satyagraha.

Os selos foram lançados agora no dia 2 de Novembro e se você vier a Índia vale a pena ir ate o correio central para compra-lo. Ha também disponível um kit com 2 envelopes com fotos historias de Gandhi já com os 4 selos comemorativos e mais 3 selos em tamanho grande especifico para coleccionador. Com certeza um bom presente e uma bela recordação da Índia e do nosso querido Mahatma.

Vou ver se faço um vídeo sobre estes selos e coloco no Youtube e aqui no blog para você. Se eu esquecer você pode me cobrar.

Já ia me esquecendo de te contar sobre o selo das rosas. Na verdade são 4 selos simples com fotografias de 4 espécies de rosas indianas, a novidade eh que os selos...... TEM CHEIRO DE ROSA!!!!!!!!!!

Isso mesmo, são selos perfumados :)

Incredible India!

Om Shanti Om

26 de novembro de 2007

Terremoto e o Tigu?


Namaskar

Hoje, dia 26 de novembro, acordei assustada as 4h45 da madrugada com a casa toda tremendo, a cama tremendo, as janelas tremendo e os cães da vizinhança latindo desesperados.... este foi meu terceiro terremoto!

Confesso que eh bastante assustador e uma experiência inesquecível.
O epicentro foi na borda de Delhi com Haryana. Como se já não bastassem as 6 (seis) bombas terroristas que explodiram aqui na Índia este fim de semana, hoje acordamos com um terremoto de 4.42 na escala Richter..... isso eh viver na Incredible Índia!

Como diria o nosso amigo Pedro, ‘eh karma’. Mas concluo que o karma da Índia com certeza não eh dos mais positivos. Terrorismo, tsunami, terremoto, furacão, inundação e avalanches assolam a Índia regularmente.

A lei do karma segundo o hinduismo consiste em recolher o que se planta, ou seja, a energia emanada por você (no caso, pela Índia) volta para você. Se você emanar coisas boas recebera coisas boas, se plantar violetas, colherá violetas. Porem se plantar cactos, colherá cactos. Afinal, não conheço estoria de nenhum lavrador que plantou arroz e colheu batatas!

Karma ou não, a verdade eh que a expressão “uma caixinha de surpresas” aplica-se perfeitamente bem a Índia. Viver aqui eh estar abrindo constantemente “caixinhas de surpresa”, infelizmente poucas agradáveis, a maioria muito chocantes.

Estou bem, continuo bem, a Índia ainda não conseguiu me derrubar embora tente constantemente. Minha única preocupação eh com o Tigu que não voltou para casa. Na hora do terremoto ele estava passeando pela vizinhança. Estou aguardando seu retorno...

Foto: Tigu dormindo enroladinho


Om Shanti

.

Respostas & Pontos de Vista

Namaskar

Quanto a Sai Baba: Cheguei a conclusão que a frase “os fins justificam os meios” se aplica neste caso perfeitamente.

Não importa que ele se utilize de truques de magica para cativar sua audiência, visto que o que importa eh que ele consegue despertar nas pessoas o que ha de melhor nelas.
O Indiagestao usa a verdade/realidade e linguagem fácil e direta para cativar seus leitores, cada um usa o “Gimmick” (macete publicitário) que julga mais conveniente.

O que acho bonito eh que os devotos do Baba são geralmente ocidentais do bem, gente boa, coração aberto, cheios de fé, pessoas doces, etc. Eh isso o que importa para mim. Já conheci alguns destes devotos que vem pra ca visitar o ashram do Baba e ate o momento gostei muito de todos eles.
Em contrapartida conheci duas pessoas devotas do meu próprio Guru (Paramahansa Yogananda) que me roubaram literalmente. Fui fazer um chá e quando voltei, cadê minha placa em madeira com o símbolo sagrado do Om?????? Triste, mas eh verdade :(

Quanto ao Paquistão: Sempre que algo começa errado, sempre dará errado; disso não tenho duvidas. O Paquistão foi um pais que nasceu errado, que foi criado do egoísmo, separatismo, ódio, da falta de compreensão e acima de tudo da ganância do Sr. Jinnah. Tudo porque ele queria ser Primeiro Ministro, queria polir seu ego. Mas a lei bumerangue eh implacável e ele juntamente com seu ego faleceram em 1948 e pouco aproveitou no seu cargo tão sonhado de Primeiro Ministro.
O sofrimento do povo indiano na época da separação eh indescritível e os filmes indianos ‘pegam leve’ no tema pois eh mexer no vespeiro. Os filmes Gadaar e 1947 Earth ainda tem coragem de mostrar um pouco do ocorrido. A verdade eh que islâmicos, hindus e sikhs, TODOS sofreram muito só pela ganância sem limites do Sr. Jinnah que insistiu na divisão da Índia em Paquistão e Hindustao.
Dito isso, resta entender a conturbada historia política/militar do Paquistão. Desde sua criação em 1947 o Paquistão não viu ainda nenhum Presidente ou Primeiro Ministro terminar o seu mandato. Tanto civis como militares um sempre puxou o tapete do outro e os golpes de Estado se sucedem um após o outro. Paz política eh uma coisa que nunca houve no Paquistão. A insegurança e a instabilidade fazem parte constante da historia desta jovem nação.

O Paquistão eh um pais extremamente complicado de se governar devido ao altíssimo grau de corrupção, a brutal discrepância socio-economica, a falta de educação e cultura, a segregação sexista e principalmente devido aos diversos grupos terroristas que se propagam pelo pais como fogo na mata seca.
Por ser um pais de maioria islâmica, multiplique todos os problemas por 10 pois a religião pesa muito por lá.
Após fazer meus próprios estudos a respeito cheguei a seguinte conclusão: O Paquistão, NAO esta pronto para a democracia.

Não da para lidar democraticamente com grupos terroristas como o Taliban e a Al-
Qaida. E o problema eh que não existe somente estes grupos, eh inacreditável a quantidade de grupos terroristas naquele pais. O Paquistão eh atualmente o berço do terrorismo no mundo.
O Paquistão corre um grande risco de tornar-se uma nação autocrática como o Irã, uma naco regida por terroristas extremistas e radicais. E o pior eh que o Paquistão possui bombas e armamentos nucleares. Tudo o que os terroristas querem eh por suas mãos criminosas no poder nuclear paquistanês.
Já pensou os terroristas de posse de ogivas nucleares????????????????????????
Só quem vive aqui, vizinho deste pais de doidos eh que sabe do perigo que corre! Por isso mesmo digo e repito, O Paquistão, NAO esta preparado para democracia. No momento eh muito mais seguro ter o governo na mão dos militares com o exercito cuidando do arsenal nuclear.

Cleo: Sim o Indiagestao eh lido por indianos.
Sim alguns falam português pois a JNU ensina português, assim como o centro cultural de Portugal.
O governo não alega nada, nunca da satisfação se fecham ou reabrem os blogs e websites das pessoas. Eh uma coisa ditatorial devido a forte lei de censura que temos aqui. Tem blog que ate hoje não foi reaberto pelo governo.
Agora esta esfriando aqui. Chega a 12 graus a noite e 25 durante o dia.

Sónia: As leis que proíbem ou não o abate das vacas são estaduais, ou seja, cada estado decide se a vaca pode ser morta ou não. Infelizmente aqui na capital eh proibido :(

Cleo: Tem quase tudo aqui na Índia da lista que vc fez, mas as pessoas não compram e não usam, vivem como antigamente, no passado. Só uma minoria se utiliza desses itens mencionados por vc.
Os indianos NAO usam talheres, comem só com a mão direita. Já escrevi diversas vezes sobre isso antes.

As mulheres indianas praticamente não dirigem e quando o fazem eh um horror pois lhes falta pratica.
Não se usa biquíni e nem maio na praia, entra-se no mar de sari !!!
Não se abraça pessoa do sexo oposto em publico na Índia.
Os homens andam na frente e as mulheres e crianças atras.
O casamento indiano tem validade na Índia.
OM Shanti OM

23 de novembro de 2007

Torradeira Manual Indiana

Namaskar

Poucas pessoas tem torradeira elétrica de pão. Primeiro porque falta muita eletricidade aqui na Índia e segundo porque os indianos não costumam comer pão de forma mas sim chapati que eh um pão achatado com o formato de um pão sírio.


Incredible India!

Om Shanti


22 de novembro de 2007

Ação de Graças


Namaskar

Hoje eh dia de Ação de Graças, um dia muito importante para mim pois tenho muito a agradecer.

Deus tem sido extremamente generoso para comigo e sou grata a Ele por tudo!

Fiquem agora com algumas palavras de Mahatma Gandhi.

Om Shanti

As enfermidades são os resultados não só dos nossos atos como também dos nossos pensamentos.

*

Satyagraha - a força do espírito - não depende do número; depende do grau de firmeza.

*

Satyagraha e Ahimsa são como duas faces da mesma medalha, ou melhor, como as duas cades de um pequeno disco de metal liso e sem incisões. Quem poderá dizer qual é a certa? A não-violência é o meio. A Verdade, o fim.

*

A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade.

*

Uma coisa lançou profundas raízes em mim: a convicção de que a moral é o fundamento das coisas, e a verdade, a substância de qualquer moral. A verdade tornou-se meu único objetivo. Ganhou importância a cada dia. E também a minha definição dela se foi constantemente ampliando.

*

Minha devoção à verdade empurrou-me para a política; e posso dizer, sem a mínima hesitação, e também com toda a humildade que, não entendem nada de religião aqueles que afirmam que ela nada tem a ver com a política.

*

A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações anteriores sobre determinado problema, mas em ser coerente com a verdade.

*

O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo a verdade não se torna erro pelo f ato de ninguém a ver.

*

O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo.

*

O Amor e a verdade estão tão unidos entre si que é praticamente impossível separá-los. São como duas faces da mesma medalha.

Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio.

*

A única maneira de castigar quem se ama é sofrer em seu lugar.

*

É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior.

*

Unir a mais firme resistência ao mal com a maior benevolência para com o malfeitor. Não existe outro modo de purificar o mundo.

*

A não-violência é a mais alta qualidade de oração. A riqueza não pode consegui-Ia, a cólera foge dela, o orgulho devora-a, a gula e a luxúria ofuscam-na, a mentira a esvazia, toda a pressão não justificada a compromete.

*

Foto: Internet/Google

21 de novembro de 2007

Ser mulher na India.....



Namaskar

Estas 3 noticias estão na primeira pagina dos jornais e não sei qual eh a pior, embora todas mostrem bem a realidade da condição de vida da mulher indiana.

Afazuddin Ali, um indiano muçulmano de 36 anos de idade aproveitou-se da lei que permite aos homens muçulmanos na Índia terem ate 4 esposas e casou-se com sua filha mais velha, uma adolescente de 14 anos de idade.

O muçulmano espertinho ludibriou sua esposa que não queria o casamento dizendo que ele havia recebido ordens diretas de Allah e que a união traria bem-aventurança e prosperidade para a família. A esposa, uma mulher muito humilde e sem estudo acreditou na lorota do marido e acabou concordando com o casamento incestuoso.

Tudo ia bem ate que a filha engravidou.

Eles mantinham a menina em casa o tempo todo porem uma vizinha percebeu a barriga de gravidez (ela esta gravida de 6 meses) e alertou as outras pessoas da vila de Kasiajhora onde moram.

Ali tem 3 filhas e 2 filhos e para evitar que ele case-se com as outras filhas o pessoal do vilarejo chamou a policia, mas como não foi feito nenhum boletim de ocorrência ele foi liberado e disse triunfante ao jornalista “Eu não fiz nada de errado. Está bem claro pois fui liberado”.

***

A outra noticia escabrosa na primeira pagina dos jornais eh a do marido injuriado que chamou 7 homens para estuprar sua esposa pois esta não lhe deu as 200 mil Rupias (5 mil dólares) de dote que ele queria.

O marido também participou do estupro coletivo que ocorreu inúmeras e repetidas vezes por 15 dias consecutivos, ate que o pai da moça conseguiu encontrar o esconderijo e resgatar a filha.

Alem dos repetidos estupros diários pelos 8 homens, eles ainda a espancavam e praticavam tortura física e psicológica ininterruptamente. A intenção do marido era “reduzi-la a nada”.

***

Pearl, uma estudante de 18 anos morreu bem em frente ao portão de sua faculdade quando um motoqueiro e seu amigo de garupa a empurraram para a rua.

Pearl e sua amiga Parul estavam caminhando juntas para a faculdade ao meio-dia. Já quase próximo ao portão de entrada da faculdade um motoqueiro e seu amigo de garupa passaram com a moto na calcada , entre as duas moças, falando “gracinhas” como eh o costume dos homens indianos.

Parul foi jogada para dentro da calcada em direção ao muro da faculdade e Pearl para fora da calcada em direção a rua. Ao cair no chão, um ônibus que vinha vindo não teve tempo de parar e passou por sua cabeça esmagando-a.

Estes são três bons exemplos dos homens indianos em um único dia.

Não pense que hoje foi um dia diferente e atípico. TODOS OS DIAS temos este tipo de noticias na primeira paginas dos jornais; eh algo normal e corriqueiro. Eu simplesmente não fico escrevendo sobre isso todos os dias pois eh extremamente deprimente para mim. Só quero deixar aqui um alerta para a quantidade inacreditável de brasileiras e portuguesas apaixonadas por homens indianos e que planejam vir para ca.

Foto: (NDTV) Homem indiano arrasta mulher pela rua apos bater nela com um bambu.

Incredible India!

Om Shanti

19 de novembro de 2007

Respostas

Namaskar

Quero agradecer a todos que assinaram a petição para que o “artista” plástico Guilhermo H. Vargas não receba prêmio algum por ter matado o cão de fome e de sede.

Pode ser que nossos esforços não dêem resultado mas pelo menos já sabemos que mais de 230 mil pessoas não concordam com esta forma de arte!

A frase que a Nina escreveu sobre isso eh fabulosa: “esse artista além de tudo é um grande falsificador, a "obra de arte" o cachorrinho tem um autor que é o Mestre dos mestres.”

***

Sem delongas, vamos as respostas.....

Beth: Que bom que após meses lendo o blog vc resolveu participar escrevendo um comentário. Fiquei feliz : )

O melhor meio de demonstrar carinho para um artista eh batendo palmas ao final do show e para um blogueiro eh deixando um comentário ao final da postagem. Obrigada!!

Creio que a linguagem do blog eh “muito linda” como vc falou porque eh a mais honesta possível.

A vantagem do blog eh que como ninguém me paga, não tenho rabo preso com ninguém, assim posso escrever a realidade indiana como ela realmente eh.

Sónia: Aqui na Índia ha canais de TV especializados só com noticias, canais religiosos, canais de filme hindi e canais mistos.

Os canais mistos tem muita novela indiana que consegue ser 10 vezes pior do que as novelas mexicanas. Tem noticiários, filmes indianos e só de calouros e gincanas. Tudo muito amador e grotesco. Chega ate a ser hilário de tão ridículo hehehehehehe

Anita: Sobre a casta brâmane saiba que eh a casta mais elevada de todas. No geral se dizem vegetarianos mas comem carne escondido. Alias fazer as coisas escondidas eh especialidade dos indianos. Por serem a casta mais alta são snobes e não gostam de se misturar com pessoas de outras castas. Os tradicionais fazem muitos pujas e muitos rituais domésticos.

Sónia: Com certeza a sociedade indiana eh triste e deprimida. Esta muito longe de ser alegre e optimista Sonia. Mas também tem motivos; morar na Índia significa muito sofrimento e como a sociedade de castas não oferece a possibilidade de melhoria social, não ha esperança ou objetivos na vida. São conformados. Ainda bem, pois 1 bilhão de pessoas inconformadas e revoltadas não ia dar certo. Como sempre, Deus sabe o que faz!

Lana: Existe papel higiênico nas grandes cidades sim, sem problemas. 1 rolo de 35 metros custa 40 rupias (2 Reais), o que eh muito caro para os padrões indianos e o meu bolso também :(

Cristiane: Quando vc planeja vir conhecer Delhi? Aqui temos MacDonald’s hehehehehe

Nane: O problema de se viciar no Indiagestao eh que ainda não existe antídoto hehehehe

Carla: Aqui tem MacDonalds só em algumas poucas cidades mas só tem sanduíche de frango e peixe. Não tem NENHUM sanduíche de carne (mesmo que a carne seja a famosa minhocona).

Lakshimi: Compartilhou conosco sua experiência. Leia pois vale a pena.

“As suas informações quanto à adaptação são perfeitas e preciosas !
Numa coisa eu acabei me adaptando e concordando que é melhor : dispensar o papel higiênico e lavar as partes pudendas, porque com essa comida, é quase impossível se limpar com papel. Nos meus meses de Índia não consegui nenhuma vez "fazer uma obra" consistente, eram todas semi-diarréicas... descoradas e o papel higiênico só piora a limpeza.
Usar o indian toilet nos trens, conseguir se equilibrar naquela espécie de plataforma para os pés e depois se acertar com a caneca d'água - tudo com o trem chacoalhando - foi outra situação que eu pensei que não era eu que estava ali...”

Belatrix e Ana Paula: Diwali eh a festa das Luzes. Neste dia acendemos as luzes, colocamos pisca-pisca nas janelas, acendemos velas e lamparinas. E o melhor de tudo.... soltamos muitos fogos de artificio. Eh MUITO legal :)

Na verdade representa a luz vencendo a escuridão. O bem vencendo o mau. O que me faz lembrar do titulo de um dos livros do meu amado guru e que recomendo a todos ONDE EXISTE LUZ por Paramahansa Yogananda.

Guruji também criou a musica “Onde existe luz não pode haver escuridão...”

Adriano: menina como ficou???

Gabriela: Obrigada pelos elogios ao blog :)

Guimarães: Adorei sua frase “continuo seu leitor inconteste” :)

Em relação do casamento com a cadela: Eh pratica secular na Índia casar pessoas com animais e objetos inanimados. O próprio deus Ganesh eh casado com uma bananeira.

Este tipo de casamento livra a pessoa de uma maldição. Casando-se com uma cadela o homem acredita que tudo de ruim que possuía passa para o animal.

Menos radical e portanto nunca saiu e nem vai sair em nenhum jornal eh o fato dos indianos darem “chapati” (pão achatado indiano) para as vacas.

Eh comum ver indianos alimentando as vacas (animais). As pessoas ocidentais desinformadas pensam: “ah os indianos adoram vacas, na Índia a vaca eh sagrada etc.” e já escrevi isso antes no blog e repito AS VACAS NAO SAO SAGRADAS isso eh loucura da cabeça dos ocidentais que não sabem nada de Índia!!!!!!!!

Sabe por que os indianos alimentas as vacas????????? Por que dão chapati e mato para elas comerem???????

Para se livrarem de qualquer mau. Qualquer inveja, mau olhado, olho gordo, doença, ziquizira etc.

Ao alimentar a vaca eles acreditam que transferem seus males para a vaca.

Vc ainda crê que a vaca eh sagrada!!!! HAHAHAHAHAHA se acreditar, exijo que vc pare de ler o Indiagestao imediatamente.

OM Shanti OM

16 de novembro de 2007

Ataque de macacos deixa mais de 20 feridos


Namaskar

Pelo menos uma pessoa foi socorrida em estado grave após ataques.
Indianos convivem com a presença de macacos em locais públicos das grandes cidades.

Do G1, com agências

Uma mulher ficou gravemente ferida e mais de 20 tiveram ferimentos leves, a maioria crianças, após um ataque de macacos num bairro pobre de Nova Déli, na Índia.

Pelo menos três ou quatro animais estiveram envolvidos no caso, segundo um policial ouvido pela AFP. “Oficiais da vida selvagem estão tentando encontrá-los. A polícia não tem experiência em lidar com macacos”, disse.

Segundo a AP, os ataques tiveram início no sábado à noite na região do parque Shastri.

Naseema, uma moradora da região, disse à agência que entrou em casa com seu bebê de um ano de idade para fugir do animal. “O macaco me seguiu e mordeu a perna do meu bebê”, disse.

Muitos macacos das florestas da região costumam entrar em prédios governamentais e atacar pessoas nas ruas em busca de comida. O vice-prefeito de Delhi morreu no mês passado ao cair de uma varanda durante o ataque de macacos.

O problema é a cultura do país que acredita que os macacos são manifestações do deus Hanuman, e as pessoas costumam alimenta-los, encorajando a aproximação em locais públicos.

Foto: Indianos tentam relaxar num parque de Nova Déli enquanto observam macacos passando pela região (Foto: Manpreet Romana/AFP)

Incredible India!

Om Shanti


15 de novembro de 2007

Homem se casa com cadela


Homem se casa com cadela na Índia

P. Selvakumar fez uma cerimônia tradicional para sua união com a vira-lata Selvi.
Ele quer aliviar 'maldição' criada após ter apedrejado outros dois cães.

Do G1, em São Paulo

O indiano P. Selvakumar casou-se com a cadela vira-lata Selvi em uma tradicional cerimônia hindu em Manamadurai, no sul do país, no último final de semana. A "noiva" estava usando a tradicional roupa de casamento, enfeitada com flores.

Selvakumar decidiu casar-se com uma cadela por acreditar que está "amaldiçoado", após ter matado dois outros cachorros por apedrejamento, há 15 anos.

"Depois disso minhas pernas e braços ficaram paralisados e eu perdi a audição em um dos ouvidos", ele afirmou ao jornal "Hindustan Times".

Selvakumar consultou um astrólogo, que lhe disse que a única forma de curar a maldição era casando-se com uma cachorra.

Segundo o jornal local, a família de Selvakumar ganhou uma festa após a cerimônia. Já a cadela Selvi, um pão doce.

Foto: G1

Incredible India!

Om Shanti

14 de novembro de 2007

Milagre da Cinza no Vaso

Este milagre da cinza saindo do vaso Sathya Sai Baba nao realiza mais ha muitos anos.

Milagre do colar

Sathya Sai Baba materializando uma corrente de ouro.

Milagre da Cinza

Sathya Sai Baba materializando cinza.

LINGOBHAVAM

Namaskar

Sathya Sai Baba materializando um linga de ouro.


Om Shanti

13 de novembro de 2007

Vera em Puttaparthi – Parte 3


Namaste

Hoje temos a terceira parte do depoimento da Vera e sua experiência no ashram do Satya Sai Baba. Se você ainda não leu, leia a primeira parte que foi postada no dia 28 de agosto de 2007 e a segunda parte no dia 20 de Setembro.



Após a emoção do darshan, na saída do mandir, encontrei algumas amigas brasileiras (finalmente!).
Fui logo perguntando sobre a dança e soube que desde a chegada do grupo, a cerca de uns 10 dias, havia reuniões diárias com os encarregados da Organização Sai na América Latina e que a cada dia uma modificação era solicitada por eles.

Eles precisavam ter certeza absoluta de tudo o que seria apresentando pelos três países (Brasil, México e Venezuela). Não poderia ter nada ofensivo à cultura indiana, nada provocativo aos estudantes e além disso a apresentação tinha de ser harmônica e interessante aos olhos de Sai Baba.

Nesse dia também fizemos nossa confirmação de inscrição na Conferência. Esse era um detalhe muito importante, pois todos os delegados (jovens participantes da Conferência) recebiam um tratamento Vip no ashram. Tínhamos fila separada do público para entrar no mandir, além de assentos reservados (locais separados para os jovens, não locais confortáveis, entenda). Também ganhamos muitos presentes dos organizadores da Conferência, por exemplo, uma maleta contendo um livro comemorativo lindíssimo, blocos, livretos, caneta, calendários, japa malas. Também recebemos um lenço laranja e fomos orientados a usa-lo ao redor do pescoço o tempo todo, pois dessa maneira seríamos facilmente identificados como delegados da Conferência.

As delegadas receberam um presente a mais: Sai Baba determinou que cada uma das inscritas recebesse três sáris diferentes, para serem usados nos três dias da Conferência.
Além de todos esses cuidados, também foi determinado por Sai Baba que, durante os dias da Conferência, os delegados recebessem alimentação gratuita. Dessa maneira, foram montadas duas super tendas (uma para mulheres e outra para homens), onde eram servidas as refeições (café da manhã, almoço e jantar).
Depois de me encontrar com o grupo brasileiro, saber mais sobre os detalhes da dança e do ashram, consegui relaxar um pouco mais e comecei a aproveitar o local.

O ashram é um local muito bonito e grande, como eu já havia mencionado. Há algumas barraquinhas de lanches, bebidas, uma barraquinha de coco, uma padaria com vários bolos, pães, torradas e pizzas deliciosas.
Todos esses locais possuem filas separadas para homens e mulheres. Na padaria era muito engraçado: eu dava o dinheiro pra mulher e dizia o que ia querer. Ela pegava o dinheiro com sua mão, contava-o, me dava o troco, se fosse o caso e, com a mesma mão e com a maior naturalidade, pegava o meu pão ou pizza, colocava sobre um recorte de jornal e me entregava.

Eles não usavam nenhum tipo de pegador para nada! Eu vi chegar uma assadeira cheia de pedaços de pizza e o cara ia tirando tudo com a mão....em seguida dava uma raspada básica com a mão no farelinho que tinha sobrado e continuava trabalhando. O pano usado para tirar a assadeira do forno era um saco de juta! Enfim, o aspecto higiênico não era dos melhores, mas a comida era ótima. Desencanei (senão a gente ia ficar doido!) e todo dia eu e Daniel comíamos bolo e pizza na padaria. Até hoje eu morro de saudade do bolo de lá.....hum....

Reparei que lá havia uma “cadeirinha” própria para sentar no chão. Algo como uma almofada com encosto. Ficamos muito interessados, pois assim aliviaria o desconforto de sentar no chão sem encosto algum. Este episódio foi engraçado, pois o Daniel perguntou muito sem compromisso para o rapaz do hotel se lá eles vendiam essa cadeirinha. O cara disse que não, mas se o Daniel quisesse, ele poderia comprar. O Daniel disse que não havia necessidade e voltamos para o quarto. Dali 10 minutos bate alguém à porta. Quando atendemos, era o rapaz do hotel (o rapaz garçom, entregador, etc) com duas cadeirinhas! Ou seja, o cara saiu só pra comprar pra gente e nos trouxe. Pagamos o rapaz e agradecemos a presteza.

Eu já disse anteriormente que havia levado algumas roupas indianas do Brasil. Pois bem, nesse terceiro dia minhas roupas acabaram e eu tinha que comprar alguma roupa. Chegou o momento que eu tanto temia: ir às compras na Índia! É que eu fui avisada várias vezes sobre a necessidade de pechinchar e eu morro de vergonha de fazer isso. Comprar, para mim, é entrar na loja, pedir o que eu quero, saber o preço, pagar e ir embora. Na Índia, o conceito de compras (para estrangeiros) é totalmente diferente. Você nunca deve aceitar o preço que te dizem, deve sempre tentar barganhar. É uma questão cultural. Pois bem, sabendo disso, vamos eu e Daniel às lojinhas pra comprar um punjab para mim. Ao passar pelas lojas e demonstrar algum interesse na mercadoria, os vendedores praticamente te laçam e imploram para que vc entre. Entrei na primeira loja e pedi para ver alguns punjabs. Aqui cabe um detalhe muito importante: para entrar nas lojinhas é necessário deixar seu sapato do lado de fora. Eu não fazia idéia disso. Bem, continuando, os punjabs eram muito bonitos. Perguntei o preço e, independente do que o rapaz me disse, eu fui logo dizendo que era muito caro. O rapaz não fez menção nenhuma de que iria fazer um desconto ou de que estivesse a fim de negociar. Sendo assim, fui saindo, crente de que ele ia me impedir e fazer um bom desconto. Que nada, ele não deu a menor bola. Fui embora dessa loja meio decepcionada, pois tinha certeza que o vendedor ia se esforçar um pouco mais pela venda.

Fui à segunda loja. Nessa, o vendedor me pediu para sentar. Achei muito estranho, mas percebi que seria muito indelicado da minha parte se eu recusasse. Reparei que praticamente todas as lojas tem um assento para ser oferecido aos clientes e eles gostam que vc olhe tudo com calma. As lojas que não tem esse banquinho pra cliente improvisam e fazem das pilhas de mercadorias o próprio assento!

Pedi para ver alguns punjabs e o rapaz foi desempacotando a loja inteira. Eu ficava muito nervosa, dizendo que não precisa desembrulhar tudo, e ele dizia que não tinha problema nenhum. Todas as roupas eram desembrulhadas e colocadas no chão, sobre um tapete, bem no centro da loja. Se o vendedor precisava pegar alguma outra mercadoria, ele pisava sobre as roupas no tapete, numa boa. Escolhi o punjab que mais me agradou e perguntei o preço, pensando: “Lá vamos nós de novo”. O rapaz disse o preço, o qual eu rebati imediatamente que estava caro. Ele pegou a calculadora, consultou o outro rapaz da loja e disse que poderia fazer um bom desconto! Eba! Consegui, finalmente, comprar meu punjab!

Nesse momento ficou muito clara a diferença cultural. Aqui no Brasil nós estamos acostumados a mal sermos olhados pelos atendentes e pagamos o preço da etiqueta. Compramos e pagamos rapidamente. Lá não. Entramos na loja, nos sentamos, o vendedor mostra a loja inteira, escolhemos o que mais agrada, negociamos o valor e aí pagamos. Alguns até oferecem bebida (chá, água), pros clientes. Eu fiquei muito satisfeita com o atendimento na lojinha que até encomendei os saiotes para serem usadas sob os sáris lá. Outra coisa que me chamou muito a atenção enquanto estava em Puttaparthi foram os costureiros trabalhando na calçada das lojas. Primeiro achei curioso os costureiros serem homens e não mulheres. Depois achei engraçado o fato de costurarem na calçada, a céu aberto, jogando os fiapos de pano pelo chão, numa boa.

Com o passar dos dias, os vendedores iam se habituando com a nossa cara e, não sei como, descobriram que éramos brasileiros. Ao passarmos pela calçada, todos acenavam e gritavam: “Brasil! Tudo bem?” e faziam sinais para entrarmos nas suas lojas. Depois disso fiquei um pouco mais à vontade para negociar e até conseguia uns descontos muito bons.

Chegou finalmente o primeiro dia da Conferência. Era uma ocasião muito especial, pois Sai Baba faria um discurso especialmente para os jovens. O início da Conferência também seria marcado por um rally de todos os delegados. Ou seja, todos os jovens fariam sua entrada pelo portão principal do ashram (de uso exclusivo de Sai Baba). Justamente por causa dessa entrada que faríamos, tínhamos que estar muito cedo no ashram. Saímos do hotel ainda às escuras e percebemos que o elevador estava parado. Resolvemos descer de escadas e quase chegando no térreo o Daniel torceu o pé. Na hora ele não deu muita atenção, mas depois.....o pé ficou tão inchado e dolorido que ele mal pode participar do rally. Ele ficou o tempo todo mancando, com dores horríveis no pé. Depois que os delegados entraram no mandir, ele se sentou e descansou um pouco, mas devido ao forte calor e à aglomeração de pessoas em volta dele, ele se sentiu muito mal e resolveu voltar pro hotel.

Chegando no hotel mancando, suado, com o rosto um pouco sujo, os funcionários de lá pensaram que ele tivesse apanhado na rua e ficaram muito preocupados, querendo saber o que tinha acontecido! Imediatamente eles se ofereceram para levá-lo ao hospital (o que ele recusou) e rapidamente providenciaram um saquinho com gelo, além de recomendarem várias pomadas ayurvédicas.

Bem, com o passar do tempo, o ensaio da dança progredia, apesar das mudanças constantes. A dança que o Brasil apresentaria era uma representação indígena do deus Tupã. A princípio teríamos homens e mulheres dançando juntos. Depois tivemos de separar a dança em duas: primeiro a parte dos homens e depois a parte das mulheres, pois era terminantemente proibido misturar numa mesma apresentação os dois sexos. Tínhamos até que tomar o cuidado de não entrarmos em cena enquanto houvesse algum homem terminando sua apresentação. Apesar de ensaiarmos todos os dias, a tensão no grupo era muito grande, e um dos fatores era a indeterminação do dia da apresentação. A Conferência terminaria no sábado, dia 28/07 e até essa data não recebemos nenhuma confirmação da nossa apresentação. No dia 29/07 seriam as comemorações do Guru Purnima, o dia do Guru, uma ocasião festiva muito sagrada na Índia e cheia de comemorações no ashram. Pensamos que, se não nos apresentássemos até o último dia de Conferência, dia 28/07, nos apresentaríamos somente após o Guru Purnima. A orientação que recebíamos era: “Estejam preparados.”



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Foto: Vera

9 de novembro de 2007

FELIZ DIWALI !!!!!


Hoje eh feriado aqui pois eh DIWALI :)

So entrei no blog para desejar a todos voces um dia muito lindo e iluminado!!

Foto: 123 Greetings

FELIZ DIWALI !!!!


8 de novembro de 2007

"Deusa" Desmembrada




Namaskar


Hoje vou te pedir para ler a postagem que está logo abaixo desta. Antes porem, preciso te informar que os pais da menina eram CONTRA a cirurgia por 2 motivos:

1. Acreditavam que ela fosse encarnação de deusa Laximi.
2. Poderiam ganhar $$ exibindo a filha.

Que bom que o Bem venceu a eterna luta contra a ignorância!!!

Veja:


Incredible India!

7 de novembro de 2007

Adaptacao - Parte Final

Continuação de ontem:

Muitos lugares já possuem atualmente “western toilet” ou seja, privada onde se senta, mas a maioria ainda é Indian toilet”, privada no chão onde temos que nos agachar. Para gordinhos como eu é um sacrifício pois a barriga atrapalha muito.

É fundamental carregar SEMPRE papel higiênico pois dificilmente você cruza com um rolo por aqui. Uma opção é dispensar o papel e aprender a limpar a bunda diretamente com a mão esquerda e uma caneca d’água, que se encontra facilmente em todos os toilets hehehehe, eu tô fora, credo!!

Os que optam por se adaptar à caneca d’água em vez do papel higiênico, devem carregar na bolsa um sabonete, pois após limpar a bunda com mão, dificilmente se encontra sabonete para lavar a mão, coisas de Índia.....

A pessoa deve tomar cuidado constante quanto a qualidade da água que vai beber para evitar graves diarréias e outras doenças. A pessoa deve pedir sempre água mineral lacrada, que deve ser aberta na sua frente ou carregar água de casa consigo. De preferencia abra você mesmo a garrafa d’água pois muitos garçons fingem abrir uma garrafa nova para você mas na verdade te dão água da torneira para beber.
O melhor filtro de água aqui chama-se Aquagard fabricado pela Eureka Forbes, quem for morar aqui vale a pena comprar um pois ate mesmo as águas minerais são de qualidade duvidosa.

Apesar do calor intenso é desaconselhável que as mulheres usem blusas sem mangas, saias, shorts, bermudas, tops, decotes profundos, transparências e qualquer outra roupa que não cubra a maior parte do corpo. Os homens indianos tem um desrespeito ENORME por todas as estrangeiras e consideram somente a mulher indiana como virtuosa, as outras todas são putas na visão deles.

A mentalidade masculina indiana ainda está tão atrasada quanto o país (reflexo um do outro), e não vale a pena se arriscar desnecessariamente, pois o número de estupros anda aumentando muito por aqui e deixou de ser uma especialidade da capital - Delhi e já se alastra por outras cidades.

Visto a grande diversidade de doenças tropicais aqui existentes é importante que as pessoas se imunizem contra a maior quantidade de doenças possíveis antes de vir para cá, resumindo, todos devem tomar vacinas.
O governo indiano exige somente a vacina de Febre Amarela, mas você deve tomar no mínimo a de Tétano e de Tuberculose, o que tem de tuberculoso aqui não eh brincadeira, se ate a Indira Gandhi teve tuberculose imagine nós........

Saiba que tudo custa bem menos do que sempre te pedem, seja por um produto ou por uma corrida de taxi. Uma das partes importantes de se adaptar a Índia é aprender a negociar. TUDO aqui deve ser barganhado e pechinchado ao extremo. É super cansativo, mas se a pessoa não fizer isto vai perder muito dinheiro. Negociar o preço de uma corrida de taxi ou autoriquixa é o pior, pois eles dificilmente usam o táximetro e literalmente te enganam e roubam o mais que podem.

Livrar-se dos inúmeros pedintes é outra tarefa a ser enfrentada diariamente, não tem jeito, o país possui uma grande população de miseráveis. Além deles temos que nos adaptar também a lidar com os “touts”, trapaceiros profissionais. Geralmente homens (ainda não vi nenhuma mulher) que te levam à lojas, agências de turismo, hotéis etc. de onde eles recebem comissão e onde você acaba gastando muito mais $$$$
Comerciantes pentelhos te chamando e pedindo com insistência para você comprar a mercadoria deles também eh muito chato de se lidar.
Você também deve estar preparado para agüentar os peidos, arrotos, curiosidade extrema, Efeito E.T., gente querendo tocar na sua pele e cabelo, querendo tirar foto sua, transito caótico, buzinas, vacas e touros pelas ruas, lixo, sujeira, cuspe etc....

As coisas mais difíceis da minha adaptação foram o clima infernal do verão, foi ter que morar na casa da mãe do meu esposo com toda a família dele, comida e a falta de água e luz.

E é escrevendo sobre a comida com que eu concluo esta rápida visão geral em termos de adaptação à Índia para quem planeja vir para cá principalmente para morar.

1. A comida feita sob precárias condições de higiene sempre me causou grandes diarréias, indi(a)gestão e infeções intestinais com febre e uma profunda e indescritível dor abdominal. Os antidiarreicos, antibióticos, anti-ácidos, e analgésicos se tornaram meus melhores amigos aqui.

2. Sou grata a multinacional que fabrica o Fernegan, com o qual não consigo mais viver. Fenergan sempre me salva das reações alérgicas que tenho à certos tipos de alimentos. Sendo uma pessoa alérgica, a cozinha indiana com certeza não é a mais indicada para meu caso. Carregada com pimenta vermelha, verde e preta só mesmo Fenergan para me salvar!

3. A comida aqui é muito cara para quem ganha em Rúpias como meu marido, mas se você vier para cá ganhando em dólar, sem problemas Um vidro de 250 gr de azeitonas custa 120 Rúpias, um pacote de queijo ralado de 200 gr custa 300 Rúpias e assim por diante.

4. Muitos produtos e alimentos não é fácil de se encontrar ou simplesmente não tem aqui. Os brasileiros que vem me visitar sempre tem a delicadeza de me perguntar se preciso de alguma coisa e infelizmente sou obrigada a dizer “sim”. Almas boas, gentis e generosas já mataram meus desejos de comer, pão de queijo, miojo de camarão, bacalhau, Bis, sonho de valsa, cachaça, salame, e tantas outras coisas até mesmo o emplastro Salompas para minha bursite já me trouxeram, assim como Novalgina, pois aqui nem isso tem.
Por isto é que sempre digo: “Brasileiro é tudo de bom”. Opa, os Portugueses também!!!! O que tenho ganho de presentinhos deles eh uma verdadeira benção para mim que moro nesta terra tão inóspita. Na verdade o que eh bom eh que ainda existe pessoas amigas e atenciosas!!!!

É uma tristeza ver o desespero das brasileiras que aqui moram perguntando umas as outras quem está vindo do Brasil para poder pedir Zerocal, guaraná, farinha de mandioca, palmito etc. A lista é infinita....

Adaptar-se a esta falta de produtos é muito difícil. Você as vezes quer fazer uma receita mas não pode pois não tem os ingredientes necessários. É muito frustrante!!! Coisas que eram tão comum no Brasil, que se encontrava em qualquer lugar aqui são uma preciosidade!!!

Tudo isto e muito mais faz parte do processo de adaptação para quem vem morar na Índia.

Incredible India! (slogan do governo indiano)


Om Shanti e Ahimsa


Copyright - A reprodução é livre, desde que a autora Sandra, e o blog INDI(A)GESTÃO sejam devidamente citados e o link corretamente fornecidos. www.indiagestao.blogspot.in



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6 de novembro de 2007

Adaptação de Ocidentais na Índia

Nâmaskar

Há diversos fatores que dificultam a adaptação de ocidentais na Índia.

Por ser algo muito pessoal não dá para dizer que o clima quente e úmido seja o fator número um e assim por diante, o que dá para fazer é uma generalização baseada não somente na minha própria experiência como também na de dezenas de brasileiros que aqui estão e com os quais eu mantenho contato.

Nestes meus 9 anos de Índia observei que é muito difícil para nós brasileiros nos adaptarmos ao diferente conceito de higiene e limpeza dos indianos.

Para nós a impressão inicial é de que simplesmente há uma total falta de noção por parte dos indianos do que venha a ser higiene e limpeza. Achamos tudo muito sujo, as cidades, as pessoas, as ruas, as lojas, nada escapa. Mas não podemos esquecer que o Brasil é um dos países do mundo que mais consome produtos de higiene e limpeza (sabonete, papel higiênico, desodorante etc.). Poderá ser que nós exageramos?

Eu tenho diversos ditados pessoais em relação a Índia, e um deles é de que ela “precisa de água e sabão”. E aí tocamos em outro ponto crucial, a enorme falta de água.

É impressionante a falta d’água que temos aqui!! Ao procurarmos uma casa/apartamento para alugar a primeira coisa há se fazer é ver se fica em bairro onde há maior ou menor quantidade de falta d’água. A falta d’água ocorre durante o ano todo mas agrava-se no verão e aqui temos um outro ponto, o verão prolongado.

O verão indiano começa em abril a vai até novembro. É um calor sufocante que chega até 48 graus e com uma umidade de cerca de 95%, em outras palavras, INSUPORTAVEL!! Até mesmos brasileiros das regiões norte e nordeste do Brasil reclamam muito do clima quando vem para cá durante o verão. Mumbai, Chennai e Kolkata são terríveis devido a umidade; e todo o estado de Kerala que sofre com chuvas praticamente 9 meses por ano. Quer ser feliz, fuja destes lugares meu amigo!!!!!!

Falta de energia elétrica é outro problema a ser levado em consideração ao se alugar um imóvel e quem vem para Índia já deve saber que ao chegar aqui terá de comprar uma bateria (inverter) ou gerador se não quiser ficar no escuro.

Os animais são um outro problema sério. Todos os anos uma dezena de pessoas morre e sai ferida ao ser atacada por vaca, bois, macacos e búfalos que caminham livremente por toda parte.

Os macacos invadem as casas roubando comida e outras coisas que lhes chame a atenção, fazendo bagunça e atacando os moradores fisicamente. São muito agressivos e são bem grandes em tamanho.

Baratas e ratos é um problema comum e não há outro jeito a não ser a aprender a conviver com eles e tentar manter um controle rígido. As iscas para baratas e ratos brasileiros NãO funcionam aqui, já experimentei todas e de todas as marcas. A melhor solução que encontrei foi por “cobrinhas” em baixo das portas (aqueles rolinhos finos recheados com areia). Evitar que esses animais entrem é o melhor!!

Lagartixas e aranhas eu ignoro e não me são problema. Minha casa é toda “decorada” com teias de aranha.

Mosquitos devem ser eliminados pois carregam todas as doenças tropicais possíveis e imagináveis. Telas nas portas e janelas é essencial, assim como usar ALL OUT (líquido conectado a um aparelhinho elétrico) e passar repelente no corpo para ficar ao livre.

Não dá para confiar no sistema de correio entre Brasil e Índia pois ou a correspondência é extraviada ou demora 2 meses para chegar!! A solução é usar correio eletrônico ou os serviços particulares de courier.

A maioria dos telefones residenciais aqui ainda não fazem ligações internacionais a menos que você peça por esta facilidade à operadora. Não se esqueça que NãO é possível fazer telefonema a cobrar entre Brasil e Índia pois estes países ainda não assinaram tal acordo.

A telefonia móvel (celulares) é barata e acessível. Compre um celular e use para fazer suas ligações internacionais.

Entender o inglês britânico com sotaque indiano é um desafio, mas com o tempo o ouvido vai se acostumando. O ideal é que a pessoa venha para cá com um nível médio de inglês e que aprenda algumas palavras e frases básicas na língua local.

Não adianta querer aprender a língua local com perfeição pois se você for para outro estado terá de aprender uma nova língua visto que há 15 línguas oficiais aqui.

Continua amanhã ...