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01 julho 2008

Indiana pega 11 anos por escravizar domésticas em NY


Namaskar

Um juiz de um tribunal federal americano condenou uma indiana naturalizada americana a 11 anos de prisão por sujeitar duas domésticas indonésias a trabalhos forçados e a servidão em sua casa.

O caso aconteceu em Muttontown, uma pequena cidade de 3,5 mil habitantes de maioria branca no sudeste do Estado de Nova York.

A sentença foi lida pelo juiz após um júri de 12 pessoas decidir por unanimidade pela condenação de Varsha Sabhnani, de 46 anos, pelos crimes de trabalho forçado, escravidão, tráfico de pessoas, servidão documentada e conspiração.

O marido Mahender Murlidhar Sabhnani, 51, aguarda sentença, que deve sair nesta sexta-feira.

Donos de uma distribuidora e uma lucrativa fábrica de perfumes internacional, o casal foi preso em maio de 2007, depois de uma investigação policial em parceria com o Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla em inglês).

Armário no porão

A investigação começou quando uma das vítimas foi encontrada vestindo trapos e com ferimentos atrás da orelha em uma lanchonete na cidade de Syosset, Nova York.

A polícia encontrou a segunda vítima escondida num armário no porão na residência de Muttontown.

Em um julgamento de oito semanas, o júri ouviu o testemunho das vítimas, que não falam inglês.

Elas foram trazidas da Indonésia aos Estados Unidos para trabalhar como domésticas e tiveram seus passaportes e documentos confiscados pelo casal.

Surras e facadas

Elas chegavam a trabalhar até 20 horas por dia, enfrentando surras, facadas, queimaduras, privação de alimento, sono ou contato com familiares.

"O tráfico humano é um problema mundial que infringe os direitos básicos e a dignidade humana", disse o promotor Benton J. Campbell, em carta divulgada pela imprensa.

"O tráfico de seres humanos é um crime inescrupuloso que usa a promessa americana para atrair indivíduos e forçá-los à servidão. Esses atos expõem as vítimas a terríveis maltrato físicos, mentais e até sexuais", diz Julie L. Myers, secretária do Departamento de Segurança Nacional do ICE.

Em entrevista pelo telefone para a BBC Brasil, o porta-voz da promotoria Robert Nardoza não quis comentar se as vítimas serão deportadas.


Fonte: BBC Brasil

INCREDIBLE INDIANS!

OM SHANTI

29 março 2008

Ibira e as Indianas

Namaskar
A seguir, apresento as mulheres indianas com quem me relacionei mais intimamente, cada uma a sua maneira. Na India, sendo homem, e ocidental, por mais que eu possa conversar naturalmente com as mulheres, existe um bloqueio social grande demais em relacao a aproximacao ente homens e mulheres. Mas alguns casos aconteceram, principalmente em Delhi, onde existe uma ocidentalizacao mais avancada. Foram quatro, ate agora, mas ainda estou em duvida... estou avaliando os dotes... o que voces acham?
hehehe... brincadeirinha!


Primeira: Mary, amiga do Sankalp, que queria me conhecer e por isso foi passear com a gente no forte Panhala, em Kolhapur, fato raro de ocorrer na India tradicional.

Segunda: Nisha, irma do Roni, que tambem estava doida pra me conhecer, pos a mao no meu ombro na hora da foto, o que foi inesperado pra mim.

Terceira: Chanchal, a mais ocidentalizada de todas, ja morou em Portugal e fala portugues perfeitamente. Ela nem parece indiana... mas eh.

Quarta: Kalyani, a vizinha, que veio brincar de Holi com a gente. Quer dizer, eu que peguei ela no susto, mas no fim ela chegou com tradicionais docinhos indianos para celebrar.


Incredible Indian Girls!

11 fevereiro 2008

Indianas na Construção Civil








Namaskar


Isso eh algo que me chamou a atenção em 1999 assim que cheguei aqui na Índia – as mulheres indianas trabalhando na construção civil.

As mulheres aqui não tem medo de trabalho pesado, elas preferem pois ganham mais do que se fossem ser empregadas domesticas.

Aqui na Índia os homens assentam os tijolos para fazer paredes mas quem carrega os tijolos, a areia, o cimento, a água são as mulheres. 

Elas também quebram pedras, carregam pedras, concreto, lenha e uma infinidade de coisas, enquanto carregam nas costas seus filhos bebes amarrados e quando eles são maiores, eles ficam sempre por perto ate atingir idade para ajudar a carregar peso também.

Os homens indianos também carregam peso mas como a mão-de-obra feminina e infantil eh mais barata, os empreiteiros preferem contratar mulheres pela metade do preço.

Direitos Iguais?
Na verdade o fato das mulheres indianas trabalharem na construção civil e na lavoura como os homens, não significa um progresso e muito menos a obtenção de direitos iguais mas sim EXPLORAÇÃO.

Seria um caso de direitos iguais se elas ganhassem o mesmo que os homens, mas como ganham menos e ainda tem que ficar de olho nos filhos enquanto trabalham eh pura exploração da mão-de-obra feminina. Mesmo assim elas se submetem a esse tipo de trabalho pesado pois ganham um pouco mais do que se fossem trabalhar como domesticas.

Muitas cobrem a cabeça com um véu enquanto trabalham, uns dizem que eh para proteger o rosto do sol, da poeira, areia, cimento etc, outros dizem que eh por vergonha, para não serem reconhecidas.
Mãos secas, pés rachados, pele envelhecida, eh muito triste ver as condições dessas mulheres que trabalham duro de verdade.

Observando-as já ha 8 anos e meio, sou agradecida pela vida que tenho. Não tenho condições de comprar um creme da Lancome ou da Christian Dior, mas pelo menos tenho um que comprei de oferta por 100 rupias (5 Reais) e não preciso carregar pedra e tijolos na minha cabeça o dia todo!

Incríveis Mulheres Indianas!

Você amiga e amigo blogueiro, participe dia 8 de marco, Dia Internacional da Mulher, de uma blogagem valorizando a mulher nos seus mais diferentes aspectos (mãe, esposa, trabalhadora, irmã, amiga, companheira, esportista, política, economista etc.)
Ai no ocidente as coisas podem estar bem e você pode achar o Dia Internacional da Mulher uma bobagem, mas aqui no oriente e na África a coisa eh muito diferente do que você pensa!

Fotos: Colaboração do Júlio de Almeida
Om Shanti

07 maio 2007

Sobre Trem & Menstruação


Nâmaskar

Como enganar o sistema de trens de passageiros de Mumbai


Stephen J. Dubner


Em um website chamado Reality Is A Farse (A Realidade é Uma Farsa), o bloguista Ganesh Kulkarni afirma ter descoberto que os trens urbanos de Mumbai atendem a seis milhões de passageiros diariamente, mas que o sistema não está equipado para checar as passagens de todos os usuários.

Em vez disso, escreve Kulkarni, os fiscais verificam aleatoriamente as passagens de alguns passageiros. Isso deu margem a uma forma de trapaça que é elegantemente chamada de "viagem sem passagem".

Embora provavelmente não seja muito comum ser pego viajando sem passagem, existe uma multa significativa para quem é descoberto. Assim sendo, escreve Kulkarni, um passageiro esperto elaborou um seguro para garantir que os passageiros sem passagem que sejam flagrados tenham condições de arcar com o valor da multa.

Paga-se 500 Rúpias (cerca de US$ 11) para ingressar em uma organização composta por outros passageiros que não pagam passagem. A seguir, se o indivíduo é descoberto viajando sem passagem, ele paga a multa às autoridades e, depois disso, apresenta o recibo à organização dos sem-passagem - que cobre 100% do valor da multa.

Vocês não gostariam que todos fossem tão criativos quanto esses trapaceiros?

Mas, o mais importante: não haveria um grande retorno financeiro caso se investisse na contratação de um número suficiente de fiscais encarregados de checar as passagens, de forma que esse sistema ferroviário realmente fizesse com que todos pagassem?



Curiosidade:

Além da passagem de trem propriamente dita, há aqui na Índia há também a passagem de plataforma.

Os turista estrangeiros são leigos quanto a esta passagem e até hoje não conheci nenhum turista estrangeiro que saiba de sua existência, e nenhum guia de viagem que fale sobre isto; mas aqui na Índia, se você quiser entrar na estação de trem e acompanhar a pessoa que vai viajar até a porta do trem, você tem que comprar uma passagem de plataforma. O preço é irrisório, custa 3 Rúpias por pessoa e se você for pego sem, terá que pagar multa.

***

Pergunta sobre menstruação revolta funcionárias públicas na Índia

da Folha Online

Funcionárias públicas da Índia estão sendo questionadas pelo governo a respeito de seu ciclo menstrual em um novo relatório de trabalho do serviço público, uma medida que causou forte rejeição entre as mulheres em busca de uma colocação no país.

Entre outras perguntas, o novo formulário elaborado pelo governo no início deste ano inclui questões pessoais como: "Qual foi a data da sua última menstruação?" ou "Dê detalhes a respeito de seu histórico menstrual".

O formulário especifica ainda que "todas as funcionárias mulheres" devem dar detalhes a respeito de sua última licença-maternidade.

"Isto é extremamente insensível", afirmou Seema Vyas, funcionária pública do setor administrativo do Estado de Maharashtra, no oeste da Índia. "O que o governo fará com essas informações?", questionou.

Todas as funcionárias do governo passam por check-ups periódicos, mas detalhes a respeito de sua saúde não constavam em seus relatórios de trabalho.

Mulheres indignadas com o novo formulário pretendem se reunir na próxima semana para organizar uma reclamação formal ao departamento pessoal do governo federal, exigindo que as perguntas sejam retiradas do relatório, de acordo com Vyas.

Em outros Estados indianos, não houve registro de reclamações de funcionárias. O Ministério da Saúde disse não ter recebido nenhuma queixa por parte das trabalhadoras.

"Um comitê formulou o novo questionário. Mas todo problema tem uma solução", afirmou K. Ramchandran, porta-voz do Departamento de Saúde federal. "Se o formulário não for apropriado, nomearemos um segundo comitê para revisar seu teor", acrescentou.

Cerca de 10% dos funcionários públicos na Índia são mulheres.


Se as mulheres indianas não tivessem tanta anemia, não parissem tantos filhos e fizessem exames ginecológicos regulares creio que estas perguntas não teriam entrado no relatório.

Mas relaxadas como são penso que é importante este tipo de pergunta para fins de estudos estatísticos, mas vai tentar explicar isso para uma indiana .....

Incredible India! (slogan do governo indiano)

Om Shanti

15 março 2007

A Trajetória de Vida da Mulher na Índia - Parte Final


Nâmaskar

Eu gostaria de terminar estas postagens sobre a trajetória de vida das mulheres indianas com alguma coisa boa, positiva, que desse um pouco de esperança, a famosa luz no fundo do túnel, mas infelizmente não vejo uma melhoria nem a curto e nem a médio prazo. A situação das mulheres aqui é crítica, grave e muito séria.

Nos últimos anos, com o crescente desnível em termos quantitativos entre homens e mulheres, como já mencionado em postagem anterior, a situação das mulheres tem piorado.

Como tem muito mais homens do que mulheres, além de levar ao crescente número de estupros, a falta de mulher para se casar tem feito com que os casos de “shareware” de mulher aumente, ou seja, o “compartilhamento” de esposa.

Em uma família com três, quatro, cinco ou mais irmãos, o mais velho casa-se e compartilha a esposa com os irmãos mais novos. O compartilhamento de esposa é algo normal e aceito pela sociedade indiana já desde a época do Mahabharata e vem aumentando cada vez mais, pois desde que surgiu o exame de ultra-sonografia o aborto seletivo dos fetos femininos vem aumentando a cada ano que passa e a falta de mulher vem se agravando.
Quem consegue uma esposa além de ser considerado um cara de sorte, acaba capitalizando na aquisição, pois o aluguel de esposa também vem aumentando nos últimos anos.

Compartilhar a esposa entre irmãos e primos ou aluga-la é sempre visto com bons olhos pois a chance dela engravidar aumenta muito e o que importa para os indianos é terem filhos. Basta ver o tamanho da população indiana dentro e fora da Índia para atestar que o que estou falando aqui é a pura verdade. Muitos indianos tem procurado por esposas fora da Índia e tem casado com estrangeiras mesmo a muito contragosto dos seus pais.
Deixo aqui um apelo para que orem pelas mulheres tão sofridas espalhadas no resto do mundo.

FOTO: Madre Teresa cuidando de uma menininha abandonada. (AMO esta mulher, uma verdadeira santa) Só quem já morou em Calcutá como eu, sabe do que estou falando.

 

OM Shanti & Ahimsa

Incredible India ! (slogan do governo indiano)


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08 março 2007

Dia Internacional da Mulher


Nâmaskar
Hoje ao longo do dia no blog da globo http://satelite.globolog.com.br/ irão aparecer postagens minhas contando como é ser mulher aqui na Índia e haverá também a participação de outras blogueiras de outros países (tudo em português).

Não deixe de ler as postagens feitas especialmente para este Dia Internacional da Mulher.

Parabéns e felicidades a todas vocês minhas queridas amigas, por este dia especial!! Dia Internacional da Mulher! (escrito em rosa que é bem feminino e para deixar os homens me xingando hahahahaha)

A Trajetória de Vida da Mulher na Índia - Parte I
Para muitos este dia pode ser um dia comum como outro qualquer e para uns poucos pode até parecer ridículo terem criado um dia especial para as mulheres, mas para nós mulheres de um modo geral e especialmente para aquelas, que como eu, moram em um país estrangeiro de cultura ulta machista, com certeza é um dia para celebração. E para as mulheres indianas é literalmente um dia de celebração da vida!

Sim, é uma verdadeira celebração da vida, pois até nascer mulher aqui na Índia não é fácil.
Nascer, viver e morrer é um verdadeiro sacrifício para as mulheres neste país onde se cultua a Mãe Divina e tantas outras deusas poderosas. Por isso mesmo a Índia acaba sendo o país mais contraditório e demagógico que existe. Por um lado adoram e louvam Shakti o poder feminino de Deus e por outro matam as meninas mesmo antes de nascerem. Não lhes dão se quer chance de existirem!

Nascer, é o primeiro desafio de uma mulher na terra de Parvati. A cultura indiana rejeita os bebês do sexo feminino ainda no ventre da mãe. A situação é tão grave que o próprio governo indiano está muito preocupado com a diferença quantitativa entre homens e mulheres no país. Há cerca de 35 milhões de homens a mais do que mulheres na Índia pelo simples fato das meninas serem assassinas ao nascer ou ainda dentro da barriga da mãe.

Na tentativa de reduzir este grave desnível entre homens e mulheres o governou passou lei proibindo todas as mulheres grávidas de fazerem exame de ultra-sonografia. Somente mulheres com gravidez de alto risco podem fazer este exame, mas mesmo assim o médico está proibido de informar o sexo do bebê para os pais. No entanto centenas de clínicas e hospitais continuam fazendo o aborto seletivo de fetos femininos. Quando se descobre pelo ultra-som que o feto é feminino, o aborto é feito imediatamente. A decisão é sempre tomada pelo marido e as esposas apenas fazem o que lhes é ordenado, apesar de muitas delas serem contra e quererem ter uma filha. O estado de submissão da mulher indiana é inimaginável em pleno século XXI.

Em agosto de 2006 foi encontrado um poço atrás de uma clínica ilegal de aborto com 35 fetos femininos. A clínica só foi descoberta porque uma funcionária da clínica que foi demitida quis vingar-se dos ex-patrões e os denunciou à polícia. O médico Dr. Pritan Singh e sua esposa Amarjit Kaur foram levados em custódia pela polícia. Mas o mais trágico com certeza é o assassinato dos bebezinhos femininos após o nascimento. Muitos pais sem recursos, não tem como pagar pelo exame ilegal de USG e tem que esperar até o nascimento da criança para saberem se é menino ou menina, para então poder livrar-se do fardo. No geral é o próprio pai que cuida de matar o bebezinho fêmea.
Madre Teresa, uma verdadeira santa em vida dizia aos indianos, “não faça aborto, não mate as bebezinhas, traga para mim que eu cuido” e realmente ela cuidava mesmo!! Que lição de vida, desprendimento e moral foi esta mulher!

Deixo aqui minha homenagem a esta grande mulher que fez pela população carente o que nenhum indiano jamais fez. Uma mulher que dedicou sua vida a cuidar não somente das meninas abandonadas, mas também dos leprosos, doentes, mendigos e moribundos. Uma vida inteira de bom exemplo, caridade, solidariedade e muito trabalho árduo e infelizmente ainda tão pouco valorizada pelos cidadãos do país que tanto ela amou e no qual morreu. Só quem morou em Calcutá como eu morei por três anos é que pode ter a verdadeira noção da grandeza espiritual desta mulher!

Incredible India! (slogan do governo indiano)
Om Shanti
Leia também a postagem Eu Não Era Mais Virei do dia 13/06/2006 neste blog.
Foto: Retirada da Internet (http://www.abortionno.org/World/india.html)

22 agosto 2006

Agnes - Relato - Parte II



Continuação da postagem da Agnes...


Mas eu superei todos esses problemas com bom humor, paciência e compreensão. Uma das coisas que a Índia me ensinou for ter PACIÊNCIA e aprender aceitar o outro, com todos os seus defeitos e diferenças e passar a ver as qualidades e virtudes.

O que não consegui compreender e que me incomodava de verdade era o olhar dos indianos para mim. Sim, o EFEITO E.T. é, de fato, irritante. Em qualquer lugar da Índia você é visto como um ser de outro planeta. As pessoas não têm pudor algum em te examinar da cabeça aos pés e até mesmo em tocar em você ou pedir para tirar fotos.
Os homens olham com curiosidade. Mas o olhar das mulheres foi o que me deixou mais enlouquecida. Muitas me olhavam com curiosidade e admiração, principalmente por eu ser uma garota, que faz faculdade, trabalha e viajava sozinha pela Índia - de fato, no mundo delas eu era uma E.T. Mas muitas me olhavam não apenas com curiosidade, mas com muita raiva, ódio e desprezo. Se pudessem, arrancariam meu pescoço. Isso me entristecia muito. E não me perguntem o porquê disso. Eu tentei de todas as formas entender mas, confesso que não consegui.

Eu me vestia com roupas indianas pois estava fazendo entrevistas e pesquisas e achei de bom tom respeitar a cultura local. De forma alguma, usava transparências, decotes ou algo que pudesse ofender a moral indiana. Talvez por eu ser fisicamente parecida com uma indiana - sou morena, tenha cabelos longos e traços semelhantes aos indianos, e ao mesmo tempo ter algo diferente, eles percebiam que eu não era de lá. Talvez esse tenha sido o motivo. Enfim, o que posso dizer para os que planejam viajar a Índia é: venham preparados para enfrentar esse olhar. (o EFEITO E.T.)

Se você pensa em viajar para Índia com o propósito de encontrar um país espiritualizado. DESISTA. Os indianos são extremamente individualistas (e capitalista ao extremo). A sociedade de castas diz que se você tem mais dinheiro, você é uma pessoa mais evoluída, tem mais sorte e é mais amado por Deus. Sim, horrível. As pessoas desprezam aqueles que tem um poder aquisitivo menor. Pedintes são, não apenas ignorados, mas desprezados. Uma situação de grande tristeza.

A Índia que conheci foi um país não espiritualizado, mas extremamente ritualístico. O ritual é parte essencial da rotina indiana. A sociedade é marcada por rituais, seja nas relações sociais, no comércio, negociações, na religião. Enfim, em todo o lugar, o ritual tem presença marcante.

Mas a Índia também é cheia de boas surpresas. Fui muito bem recebida em todos os lugares. Brasileiros são muito queridos pelos indianos. Os amigos que fiz lá, levarei para sempre em meu coração. Conheci pessoas incríveis, indianos adoráveis que me apoiaram, me ajudaram com minha pesquisa e não deixaram que, em momento algum, eu me sentisse sozinha. Verdadeiros amigos.

Óbvio que não posso deixar de mencionar a importância que a Sandra teve em minha viagem e em minha vida. A Sandrinha é uma pessoa iluminada que mesmo sem me conhecer, me recebeu em sua casa, me deu apoio, carinho e amizade. Muito do sucesso de minha viagem devo a ela, as informações passadas por ela e o enorme carinho com que ela e seu esposo me receberam!

Uma das coisas que mais gostei na Índia foram as cores desse país.
Como é lindo o colorido das roupas, ornamentos, casas, decoração, monumentos. As cores revelam muito a intensidade da Índia e de sua população.

Apesar de todas essas dificuldades enfrentadas, a Índia me pareceu um país maravilhoso. Sim, pode parecer estranho, mas eu fui muito feliz na Índia. Por duas vezes eu mudei a data de meu vôo de volta ao Brasil e se pudesse teria ficado mais. Aprendi lições que levarei para o resto de minha vida. Vi lugares incríveis, vivi experiências riquíssimas, conheci um outro mundo. Cada segundo na Índia foi uma nova lição em minha vida. Andar nas ruas, observar as pessoas, os hábitos, entender o olhar indiano, tudo é absurdamente gratificante.

Minha pesquisa foi riquíssima. Conheci ONGs que desenvolvem trabalhos importantíssimo para o empoderamento da mulher e para a eliminação da violência contra a mulher. Uma luta árdua e permanente, um trabalho de conscientização que bem aos poucos vai ganhando força.

Muitos podem estar discordando de mim agora. E podem pensar que essa minha paixão pela Índia seja explicada pelo fato de eu ter permanecido apenas por 20 dias no país. Mas eu discordo. Adorei a Índia, com suas virtudes e problemas. Talvez por eu ser jornalista e me interessar pela área social e cultural. Talvez por eu ser uma pessoa que se adapta rapidamente a diferentes situações. Ou por eu ter ido a Índia sem pré-conceitos, por eu ter ido de coração aberto, sem a intenção de mudar algo por lá. Fui determinada a imergir nessa cultura e aprender com ela. Fui sim, determinada a denunciar os problemas e tornar públicas as iniciativas de ONGs que têm provocado algumas pequenas, mas importantes, mudanças sociais.

Sim, leitores do Indi(a)gestão. Eu amei a Índia e tudo o que ela me ensinou. Toda a sua intensidade. O barulho, os cheiros, os sabores, as pessoas, as cores maravilhosas – ah...como amei as cores – e a vida que é tão intensa por lá. Encantei-me por esse país que me recebeu com tanto carinho.

Os problemas existem e não são poucos. A vida na Índia não é fácil. Os desafios são muitos, as diferenças são intensas, há muitas contradições, hipocrisia e falsas moralidades. Mas no meu caso, os bons momentos superaram os dissabores e o saldo de minha viagem foi extremamente positivo.

Já estou planejando meu retorno. Sim, quero mais desse país que me proporcionou os momentos mais incríveis de minha vida!!!

***
Este é o fim do excelente relato da Agnes; uma moça linda, educada, inteligente, generosa e adorável.

Incredible India!
Om Shanti

08 outubro 2005

Sri Sri Ravi Shankar


Nâmaskar.

As moças que trabalhavam como “Bar Girl” (dançarinas de bares) em Mumbai, agora estão se prostituindo nas ruas de Gujarat, Vadodara, Surat, Ahmedabad e outras cidades, após o fechamento desse gênero de bar, pelo governo de Mumbai.

O cafetão cobra mil rúpias por cliente (56 reais), fica com a maior parte do dinheiro e dá a prostituta uma pequena parte. Ela tem que atender vários homens para poder ter uma quantidade de dinheiro suficiente para sobrevivier. Quem está feliz com isso são os homens das cidades citadas acima, que apesar de casados, procuram as prostitutas após um dia de trabalho e antes de retornarem para casa, para suas esposas e filhos.

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O doce guru Sri Sri Ravi Shankar da cidade de Bangalore no sul da Índia foi indicado para o prêmio Nobel da Paz desse ano. Esta alma doce e benevolente, cheia do amor de Deus é verdadeiramente uma excelente escolha para competir ao prêmio Nobel da Paz. Como toda alma grande, iluminada e próxima a Deus, a indicação ao possível prêmio não faz a menor diferença para ele. Sua missão continua a ser a de fazer com que as pessoas se entendam melhor enquanto seres humanos e filhos de Deus para que assim possam ser melhores para os outros e quem sabe um dia termos uma sociedade mais amorosa e harmoniosa. Quem quiser saber mais e fazer um curso legal com os ensinamentos deste mestre veja o website: www.artedeviver.org.br sei que há centros nas cidades de São Paulo, Aracaju e Salvador.

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A economia indiana cresceu 8.1% de abril a junho desse ano e já ultrapassou a economia brasileira; embora isso não se reflita na situação econômica da maioria esmagadora dos indianos.

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Os calouros da Delhi University faziam uma festa quando veteranos tentaram entrar na festa. Como foram barrados pois a festa era só para calouros, esfaquearam um calouro até a morte. A violência continua solta nas universidades da Índia, seja em festas ou nos trotes universitários. Lamentável.

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Mais dois nigerianos foram presos aqui por tráfico de drogas. Os indianos já são muito racistas e preconceituosos com os negros, e com tantos deles sendo presos por comércio ilegal de drogas o preconceito aumenta mais a cada dia.

Por falar nisso, os indianos odeiam a própria cor e gastam o que não tem com produtos (cremes e sabonetes) clareadores. Michael Jackson é fichinha comparado aos indianos. Ninguém quer casar com uma pessoa mais escura, pelo contrário, só se casam com pessoa de cor mais clara. Os que casam com estrangeiras são considerados de extrema sorte e vistos como superiores e invejados por todos.

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O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, quer reduzir pelo menos um pouco a brutal quantidade de morte de mulheres nos partos e de bebês com menos de 1 ano.

A Organização Mundial de Saúde já fez um estudo a 5 anos atrás mostrando que as mulheres e crianças indianas possuem um grau elevadíssimo de anemia. Enquanto isso não melhorar e enquanto não houver pré-natal etc. a mortalidade vai continuar alta com certeza. Para quem não sabe, a prioridade alimentícia é dos homens, depois das crianças e se sobrar alguma comida, só então é que as mulheres comem. A mulher indiana não come junto com a família, ela fica servindo as pessoas e só no final é que ela come os restos sozinha na cozinha. É tradição. Como disse certa vez Danuza Leão “E isso não é bom nem ruim, nem justo nem injusto: apenas é” para a cultura indiana, claro!

http://www.indiagestao.blogspot.com/ o único blog em português com notícias da Índia.

Incredible India! (slogan do governo indiano)

Om Shanti